Análises

Super Mario Party

Uma festa à antiga

Versão testada: Nintendo Switch

Super Mario Party para a Switch é o 11º jogo da série Mario Party (sem contar com as entradas portáteis), conhecida por arruinar comandos e amizades desde a sua estreia na Nintendo 64. Depois dos devaneios da entrada da Wii U, Super Mario Party volta às origens.

O Mario Party clássico está de volta: quatro jogadores lançam os dados para correr por um tabuleiro e apanhar o maior número de estrelas. Cada personagem tem, além de um dado normal de seis lados, um dado especial com vantagens e desvantagens – por exemplo, três lados podem ser zero, mas os restantes números vão de 5 a 7. Há quatro tabuleiros, cada um com as suas mecânicas, particularidades e obstáculos. Agradecia-se mais uns quantos mapas e os designs dos tabuleiros são bem mais básicos visualmente do que em jogos anteriores, mas isso não impede a festa de ser divertidíssima. Há alguma estratégia envolvida, claro – como escolher que caminho tomar e que amigo lixar –, mas a sorte é sempre um factor gigantesco. Além disso, se calharmos em certas casas, ganhamos aliados (que podem ser acumulados), personagens que se juntam a nós para lançar um dado extra sempre que jogamos, o que pode tornar o jogo ainda mais desequilibrado ou dar um empurrão a quem está para trás. Mario Party, tal como a vida, não é justo.

Pelo caminho disputam-se vários mini-jogos para ganhar moedas, que servem para comprar estrelas ou itens que nos podem ajudar. Cada jogo destes é coisa para durar menos de um minuto se não contarmos com o treino, mas é aqui que podemos esquecer a cruel sorte que nos dá sempre maus lançamentos e, assim, tomar as rédeas do nosso destino e vingarmo-nos do mete-nojo que vai em primeiro – aquele hediondo ser que ainda há dez minutos jurávamos ser um companheiro para a vida –, ganhando-lhe num concurso em que se abana o comando como um frasco virado ao contrário para tirar os rebuçados lá de dentro. Há mais de 80 minijogos, grande parte deles bem divertidos e parvos (no bom sentido), fazendo os jogadores usar os comandos de formas diferentes, competir e cooperar. É sempre bom enxotar os outros jogadores à chapada para aparecer no centro da fotografia de um paparazzo, ou apanhar com um balde o maior número de pipocas que caem de uma maçaroca gigante em erupção, enquanto se evitam as rochas gigantes.

Todos os jogos têm de ser controlados usando apenas um Joy-Con; não se pode usar o comando Pro ou jogar em modo portátil. Para jogar com a consola na mão, os mini-jogos e modos com controlos por movimento teriam de ser desactivados, uma vez que grande parte deles perderia a piada se fosse controlada com botões. Não há dúvidas que Super Mario Party foi feito para se jogar com o pequeno Joy-Con na mão, pronto a ser virado, abanado, girado e rodado. No entanto, é possível jogar a solo e há vários Mario Party em consolas portáteis, por isso não é totalmente descabido que alguém possa querer jogar em modo portátil. Mesmo que limitada, a opção seria certamente bem recebida por alguns e tornaria o jogo mais versátil.

Em Partner Party os jogadores podem deslocar-se livremente pelo tabuleiro e jogam em equipas de dois, sendo os mini-jogos também de 2 vs 2. Apesar de serem os mesmos tabuleiros do Party Mode, a dinâmica muda bastante, havendo mais estratégia e coordenação envolvida.

Já o modo Sound Stage tem toques de Rhythm Paradise. É uma sucessão rápida de mini-jogos onde é preciso mover os comandos com ritmo para, por exemplo, retirar rapidamente a toalha debaixo de copos que caem na mesa ou limpar os vidros de um arranha-céus à medida que subimos. É um modo hilariante, divertidíssimo e também o mais curto, sem momentos mortos e ideal para sessões rápidas; só é pena não ter mais mini-jogos.

Também há um modo cooperativo, River Survival, onde os quatro jogadores têm de se coordenar a remar para descer um rio antes que acabe o tempo. Para isso convém evitar os obstáculos que vão surgindo, como Cheep Cheeps saltitantes ou Bloopers que criam remoinhos, mas, acima de tudo, é preciso rebentar os balões que vão aparecendo para accionar mini-jogos que dão mais tempo à equipa. Os quatro colegas têm de apanhar peixes com uma rede, levar um carrinho por uma mina com vários perigos, ou acender todas as velas de uma sala às escuras enquanto se evitam morcegos, entre outros jogos. É muito difícil perder em River Survival, mas também por isso é perfeito para aliviar as rivalidades que podem surgir nos outros tipos de jogo.

Claro, quem só quer jogar mini-jogos também pode, quer seja a escolhê-los individualmente, num torneio à melhor de cinco ou num concurso onde os jogadores têm de preencher um tabuleiro com quadrados da sua cor. Podemos roubar cada peça dos adversários, entalando-a entre duas peças nossas, por isso um jogo bem disputado entre quatro pessoas pode ter muitas reviravoltas e é uma maneira gira de experimentar os excelentes mini-jogos.

No Toad’s Rec Room ficaram vários joguinhos engraçados como o de baseball e de tanques, mais compridos que os mini-jogos e que ganham outra dimensão juntando várias Switch fora das respectivas bases. Podem-se pôr as consolas lado a lado em várias posições para criar mapas novos por onde os tanques batalham, ou transportar peças de puzzle de um ecrã para o outro. Mesmo na TV, é fácil perder muito tempo neste modo, que é óptimo para limpar o palato ou para um jogo rápido de baseball ou dez.

A única forma de jogar online é competindo numa Mario-thon de mini-jogos. Não há qualquer tipo de tabuleiro, só dez mini-jogos, estando apenas disponível uma selecção de cinco que muda todos os dias. Jogando com amigos é possível escolher quais destes dez queremos jogar e usar voice-chat com a app da Nintendo Switch Online. O facto de ser rápido e fácil jogar com alguém (se bem que estamos sempre sujeitos a apanhar pessoas com más ligações ou mau perder) só faz doer mais esta fraca implementação do online. Não que seja surpreendente tendo em conta o historial da Nintendo nesta área, mas, com um serviço online pago acabadinho de lançar, seria inteligente dar mais razões aos jogadores para subscreverem. Se é inegável que a melhor forma de jogar Mario Party, ou qualquer jogo de festas, é juntamente com amigos no mesmo espaço, nem toda a gente tem a hipótese de o fazer, mesmo com a grande vantagem de se poder levar a Switch para qualquer sítio onde haja álcool e mais gente.

Super Mario Party beneficiava de mais tabuleiros, opções e capacidades online, mas com os seus óptimos mini-jogos enrolados em vários e divertidos modos, traz o que se quer de um Mario Party: amizades despedaçadas, alianças temporárias, costas esfaqueadas, maldições proferidas e copos entornados. No fim, asneiras, risos e “só mais um”.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

Se procuras uma festa offline, Super Mario Party é a escolha certa. Uma data de excelentes mini- jogos e modos que dão para horas e horas de diversão com um grupo de amigos.

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