Análises

Call of Duty: Black Ops 4

Campanha single-player? O que é isso?

Versão testada: Playstation 4 Pro

Um, dois, três… Não, eis o décimo quinto Call of Duty. E pela primeira vez num título desta franquia, não há campanha single-player. Talvez pelo facto da campanha do Black Ops 3 ter ficado aquém da presente em Black Ops 1 e Black Ops 2, ou até mesmo com a do World at War. Ou então a Treyarch focou-se tanto na componente multiplayer que ficou sem tempo para mais. Ou então, olhou para sucesso que o género Battle Royale está a ter e optou por dar prioridade a isso ou invés de gastar tempo e recursos numa campanha que é tradicionalmente curta e que poucos ligam. Independentemente da razão, Black Ops 4 não tem componente single-player, mas em contrapartida, o maior foco no multiplayer faz-se sentir positivamente em todo o jogo.

Começando pela principal novidade, Blackout é o modo Battle Royale da Black Ops 4. Para aqueles que não estão familiarizados com isto, trata-se de um modo que coloca 95 jogadores uns contra os outros num mapa enorme recheado de locais bem conhecidos da série. O jogador pode escolher jogar em equipas de quatro, de dois ou então testar a sua habilidade a solo. Dependendo de certos factores, pode ser difícil de encontrar jogadores ao início devido ao tamanho do mapa, mas felizmente as safety zones vão fazendo com que os encontros com os jogadores adversários sejam mais frequentes. Se quisermos ter mais personagens no Blackout, temos que completar os requisitos de cada personagem. Apesar da quantidade de frustrações devido aos meus falhanços e à minha falta de sorte, confesso que este Blackout foi uma surpresa bastante agradável e é sem dúvida um bom modo Battle Royale.

Apesar de não ter campanha single-player, o jogo fornece-nos substories sobre os Especialistas e estes eventos decorrem entre o Black Ops 2 e o Black Ops 3. Não é propriamente um substituto de uma verdadeira campanha, mas serve para fazer uma pausa do aspecto competitivo. E por falar em aspecto competitivo, antes de enveredarem pelo multiplayer de Black Ops 4, é necessário escolher a classe especialista. O jogo apresenta um total de 10 classes, nomeadamente Ruin, Prophet, Battery, Seraph, Nomad, Firebreaker, Recon, Ajax, Torque e Crash, sendo que estas quatro últimas uma estreia. Quanto a modos, estão presentes o Control, Heist, Free For All, Kill Confirmed.

O multiplayer sofreu algumas alterações para incentivar a que os jogadores trabalhem mais equipa, que sejam mais tácticos e que o número de utilizadores “rambo” seja reduzido. E uma dessas mudanças foi o retirar o heath regeneration. Para recuperarmos vida, temos que usar a seringa de regeneração. Por outras palavras, curar é agora uma acção manual ao invés de automática, o que acrescenta o tal factor táctico, na medida em que é necessário escolher entre arriscar mais um confronto ou dar em retirada táctica para recuperar vida. De referir também que os duplo saltos, longos deslizes, andar pelas paredes e outras coisas desnecessárias que estavam no Black Ops 3 foram retiradas. Os confrontos de Black Ops 4 decorrem todos no chão e tudo decorre de forma fluída, rápida e mais equilibrada. Contudo, os spawns necessitam de ajustes em alguns mapas.

Sem surpresas, o modo cooperativo Zombies está de regresso, sendo agora maior que nunca. Este modo, apesar de ter alguns aspectos familiares, o que até é um ponto positivo, também sofreu algumas mudanças. Por exemplo, as GobbleGums foram substituídas por Elixirs. Os quatro perks (Quick Revive, Stamin-Up, Eletric Burst e Mule Kick) continuam presentes, mas foram adicionados alguns novos como, por exemplo, o Timeslip, Death Perception, Dying Wish e Stone Cold Stronghold. Além disso, podemos personalizar as perks machines ou as estátuas do mapa Voyage of Despair para as perks que queremos. E temos Special Weapons e talismãs que podem ser usados durante as nossas batalhas.

Nos Zombies, o jogador pode escolher o modo Classic ou modo Rush. Neste último modo, existe uma Mystery Box em todos os spawns spots, podemos adquirir perks ou abrir a Mystery Box sem gastar um único ponto. Agora, certos sítios só podem ser acedidos depois de completada uma vaga de inimigos. E já agora, durante alguma vaga de inimigos, temos que estar dentro da safety zone e aguentar.

Quanto a mapas estão disponíveis o Voyage of Despair, IX e o Blood of the Dead. Voyage of Despair leva-nos para um barco inspirado no Titanic, enquanto que o IX tem como palco uma área antiga da Roma. Por fim, o Blood of the Dead leva-nos outra vez para a Prisão de Alcatraz e como devem estar a pensar, trata-se de um remake do mapa Mob of the Dead do DLC Uprising do Black Ops 2. Scarlett Rhodes, Bruno Delacroix, Diego Becalli e Stanton Shaw fazem parte das personagens que iremos utilizar no Voyage of Despair e no IX, enquanto que o Blood of the Dead é representado já pelos conhecidos Edward Richtofen, Tank Dempsey Takeo Masaki e o Nikolai Belinski.

Não pensem que é só matar inimigos neste modo Zombies. Existem vários desafios para o jogador completar, como obter certas armas raras ou encontrar easter eggs num mapa específico. No geral, a Treyarch fez algumas alterações neste em Zombies, mas sem mudar drasticamente aquilo que os fãs tanto gostam neste modo. Em suma, mesmo sem uma campanha single-player tradicional, a Treyarch produziu um dos melhores Call of Duty desde o original Black Ops.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

A retirada muito contestada da campanha single-player, que podia ter sido um tiro no escuro, facilmente é esquecida graças aos excelentes modos Blackout, Multiplayer e o modo Zombies.

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