Análises

A Plague Tale: Innocence

Uma aventura na França medieval.

Versão testada: PC

Numa França medieval marcada pela guerra, pela Peste Negra, pelo medo e pelo poder aterrador dos soldados da Inquisição, em A Plague Tale: Innocence somos envolvidos numa emocionante história de 2 irmãos, Amicia e Hugo, que procuram em conjunto, fugir de muitos perigos sombrios, numa dramática luta pela sobrevivência.

Depois de alguns nefastos acontecimentos iniciais que envolvem Amicia e Hugo, uma pequena criança assolada por uma desconhecida doença, estes iniciam uma fuga com o desejo sempre presente da adolescente em proteger o seu irmão, contando para tal com a ajuda de alguns personagens que vão encontrando durante o caminho.

Sendo um jogo single player de acção e aventura, desenvolvido pela Asobo Studio e publicado pela Focus Home Interative, A Plague Tale Innocence assenta numa narrativa envolvente, contada ao longo de vários capítulos, com uma duração por volta das 15 horas, num conjunto de vários cenários muito detalhados e graficamente irrepreensíveis. Neste aspecto, sobressai um dos vários pontos fortes do jogo, assente numa pormenorizada recriação da época medieval, com condições de vida muito agrestes e onde o medo estava presente em cada rosto da população em guerra.

A jogabilidade assenta sobretudo em mecânicas de stealth e uso de meios de distracção diversos, sem recurso a armas de fogo ou espadas e onde a mestria de Alicia vai evoluindo nas capacidades da adolescente no uso de uma funda para atirar pedras ou composições criadas por alquimia e que esta consegue atirar à distância para se conseguir esquivar dos ratos, dos soldados ou conseguir neutraliza-los.

É bom salientar que este é um jogo com vários momentos muito opressivos, onde nos podemos sentir desconfortáveis com o realismo apresentado pelas dezenas de soldados mortos, aldeões assassinados e uma pestilência nauseabunda quase permanente e um ambiente muito negro com milhares de ratos que procuram muito agressivamente matar quem pisa a escuridão.

Neste aspecto, deve ser sublinhado que os jogadores que tenham fobias a ratos vão sentir-se muito incomodados. Infectados com a peste negra, estes atacam em grupos enormes, com sons estridentes e uma sede violenta por sangue. Apenas o fogo os consegue afastar ou matar e o jogo explora estas possibilidades nas várias opções dadas para ultrapassar os obstáculos e permitir os personagens possam avançar. O jogo recria de um modo muito eficaz esta sensação de desconforto, aspeto que ainda contribui mais para a sua qualidade global.

A jogabilidade, linear e sem momentos de espaços muito abertos ou que permitam grande exploração, assente no stealth ou na resolução de puzzles contextuais, é muito sólida e intuitiva. As capacidades de conhecimento no uso de materiais alquímicos de Alicia podem ser evoluídos em bancadas de trabalho que vão surgindo ao longo do percurso e onde se podem combinar os materiais que esta vai recolhendo. Neste aspecto, o jogo é pouco complexo e muito intuitivo, sendo o uso das diferentes opções de ataque, feito ingame de modo fluído, através de um menu rotativo de escolhas múltiplas

Para a intensidade e envolvência da história, contribui a excelente banda sonora do compositor Olivier Derivere, que trabalhou anteriormente nas músicas de Vampyr ou Remember Me, marcando o ritmo e pontuando um sentimento intimista ou mais intenso, conforme o ritmo fluído do jogo em momentos mais calmos ou mais agressivos. Existem muitas maneiras de contar uma história e neste aspecto, A Plague Tale Innocence é um verdadeiro exemplo de que um jogo linear single player é a mais adequada e envolvente.

Sistema utilizado: AMD RYZEN 5 1600X 3.6GHz, NVIDIA GeForce GTX 1060 6GB, 8GB Ram DDR4, Windows 10
Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

A produtora Asobo Studio trouxe-nos um jogo que apresenta uma boa direcção artística, uma banda sonora envolvente e uma narrativa cativante. A Plague Tale: Innocence é um jogo que merece toda a nossa atenção.

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