Análises

Destiny 2: Shadowkeep

A Lua está assombrada

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Destiny 2: Shadowkeep é um lançamento importante para a Bungie. Não só é o primeiro conteúdo adicional lançado para Destiny 2 após a Bungie ter saído da parceria com a Activision, como marca também o abraçar em definitivo à estrutura de temporadas, cada vez mais popular nos jogos online. Mas Shadowkeep também é importante para os jogadores, em particular para aqueles que jogaram o primeiro Destiny, pois marca o regresso da Lua como local explorável e também de algumas caras familiares.

Eu não vou estragar a surpresa a ninguém, mas o estúdio tinha prometido que Shadowkeep iria fazer avançar a narrativa para a frente, e foi exactamente isso que fez. Confesso que não estava à espera desta direcção, pois nada nos trailers e vidocs me tinham dado qualquer indicação, mas ainda bem que a Bungie deu um passo nesta direcção. Aliás, depois de ter acabado a campanha, confesso que fiquei a desejar por mais e fiquei extremamente curioso em saber o que virá no futuro. A campanha em si não é muito longa, mas tem alguns momentos interessantes e prepara muito bem os próximos eventos. Pode não ser a melhor campanha de Destiny até agora, mas é sem dúvida uma das mais importantes na série.

A estrutura de temporadas não é coisa inédita em Destiny. A Bungie já tinha feito algo semelhante no primeiro ano do Destiny 1, com os lançamentos de The Dark Below e House of Wolves, e foi fazendo experiências nos dois primeiros anos do Destiny 2, em particular no ano passado. Para o terceiro ano de conteúdos adicionais, a produtora abraçou por completo este modelo e isto não só vai significar a adição periódica de mais conteúdo, como também irá preparar narrativamente o lançamento de uma próxima grande expansão em 2020.

A adição da Lua traz muita nostalgia para quem jogou o primeiro Destiny. O layout geral é muito parecido, tendo, no entanto, algumas diferenças nos edifícios e nas diferentes zonas de forma a demonstrar que algo se passou desde a nossa visita ao Crota, em The Dark Below, mas também foi adicionada uma zona nova onde está incluída a Scarlet Keep, a nova construção que esconde algo muito misterioso. Além disso, também foram adicionados 4 lost sectors, 3 deles em zonas clássicas da Lua. Devo dizer que o redesign deste planeta foi muito bem conseguido, pois é familiar sem que seja uma cópia descarada do que vimos em Destiny 1. Mas verdade seja dita, foi bom regressar à Lua.

Como disse anteriormente, a campanha de Shadowkeep não é longa, mas geralmente, a campanha num jogo de loot serve apenas como aperitivo e para estabelecer os eventos naquele mundo, como tal, não é surpresa a curta duração desta nova campanha para Destiny 2. O foco, num jogo de loot, é o loot e o tipo de actividades disponíveis para o adquirir. Assim sendo, além dos habituais strikes e lost sectors, foi adicionada uma nova actividade chamada Vex Offensive. Pode ser estranho uma área tradicionalmente conhecida principalmente pela presença de Hive ter, pela primeira vez, Vex à mistura, mas isto está relacionado com eventos da campanha. Em algumas zonas da Lua, depois de um evento público, vão aparecer portais gigantes no céu de onde irão aparecer os Vex. Estes eventos são importantes pois são necessários para completar uma quest que irá desbloquear a actividade propriamente dita. A forma como os Vex aparecem na Lua fazem lembrar a aparição dos Fallen, por alturas da House of Wolves, ou dos Taken, aquando do lançamento do The Taken King para o Destiny 1.

Vex Offensive propriamente dita é uma actividade equivalente ao Reckoning, que foi adicionado no Forsaken, mas que apresenta uma estrutura mais parecida com um strike e tem como palco de fundo o Black Garden, a tal área que teve importância na campanha original do Destiny 1 mas que nunca mais teve relevância. A actividade é dividida em três fases, sendo a última uma luta de boss com mecânicas simples, mas sempre com muita acção à mistura, e após cada fase, somos recompensados com loot. Vox Offensive é uma boa adição ao Destiny 2 porque é uma actividade divertida e não muito demorada, e é sem dúvida melhor que o Reckoning.

E tal como tem sido hábito nas grandes expansões anuais, Shadowkeep inclui uma raid, chamada Garden of Salvation, onde 6 guardians terão de entrar no Black Garden e investigar o que lá se passa. De referir também que após completada a campanha de Shadowkeep são desbloqueadas as Nightmare Hunts, que são missões onde teremos de enfrentar ameaças passadas, incluindo o simpático Crota. Embora tenham o mesmo objectivo, Nightmare Hunts não são iguais às missões de história. Admito que possa não ser uma opinião partilhada por todos, mas gostei destas missões, porque oferecem um pouco de nostalgia e, ao mesmo tempo, mostram a quem nunca jogou o Destiny 1 algumas das coisas que tivemos de enfrentar nessa altura.

No geral, Shadowkeep pode ser leve em termos de conteúdo base, o que é verdade, já que esta é uma expansão de menor dimensão semelhante ao que Rise of Iron foi para o Destiny 1, mas é aqui que entra o formato de temporada em acção. Ao longo deste mês vai ser adicionado mais conteúdo, incluindo Nightmare Hunts mais difíceis, o aparecimento de quests exóticas, uma nova dungeon, o regresso do Iron Banner e o regresso do Festival of the Lost, um evento que já é tradição em Destiny e que ocorre por alturas do Halloween. O formato de temporada pode fazer torcer o nariz a alguns, mas parece-me que a abordagem que a Bungie teve foi boa e que irá oferecer haver algo novo para fazer de forma mais regular, evitando assim longos períodos sem conteúdo como aconteceu no Destiny 1.

Shadowkeep também implementou uma grande alteração, nomeadamente o Armor 2.0. O que quer isto dizer? A partir de agora, as armaduras passam a ter estatísticas que influenciam a resistência ao dano, a recuperação da vida e os diversos cooldowns de habilidades, tal como existia no primeiro Destiny, mas dá-nos a possibilidade de personalizar as armaduras com os mods que queremos. Estes mods são reutilizáveis e ajudam a complementar os diversos aspectos da nossa personagem. Ainda existe algum grind para encontrar a peça com as stats certas e do elemento certo, e ainda bem, mas temos agora a liberdade de alterar na hora os mods do equipamento conforme o desejado.

É extremamente difícil de fazer a análise a jogos deste género, já que são pensados para evoluírem ao longo das semanas e meses seguintes ao lançamento, algo que já aconteceu mesmo em Shadowkeep, como tal, é difícil prever como vai ser a reacção da comunidade a médio prazo. Warmind meteu Destiny 2 nos carris, Forsaken foi um passo de gigante na direcção certa e Shadowkeep reforça tudo o que já existia de bom, ao mesmo tempo que introduz algumas melhorias importantes. Esta expansão pode ser mais leve em conteúdo base comparativamente com Forsaken, mas o que existe é de qualidade, e sabemos que mais conteúdo virá ao longo do tempo. Shadowkeep não é um enorme salto em frente na série, mas sim um que continua o bom trabalho feito anteriormente e que prepara caminho para futuros eventos.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

Shadowkeep adiciona algumas importantes melhorias e, apesar de o conteúdo base não ser tanto comparativamente ao Forsaken, a campanha é importante a nível narrativo e o conteúdo presente é de qualidade. Mesmo com menos conteúdo base, tem capacidade para oferecer dezenas e dezenas de horas de jogo.

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