Análises

Spelunky 2

Em busca do desconhecido.

Versão testada: PlayStation 4

Aqui que ninguém nos ouve, nunca joguei o primeiro Spelunky. Sabia da sua qualidade e do seu feedback extremamente positivo por praticamente todos os que o experimentaram, mas nunca me interessei realmente por esse jogo. Mas já que tive acesso ao Spelunky 2, resolvi ver por mim próprio se tudo o que diziam era real ou exagerado, e após algumas dezenas de horas de jogo, confesso que percebo perfeitamente a popularidade do primeiro Spelunky e o entusiasmo que muitos tinham para a sequela.

Spelunk 2 parece um simples jogo de plataformas 2D com um estilo cartoon, mas na verdade, é um roguelike intenso e frenético, em que uma tentativa de chegar ao fim pode acabar tão depressa como começou. O jogador controla Ana, filha do protagonista do primeiro jogo, do ponto A ao ponto B enquanto colecciona a maior quantidade de tesouros e itens possível. Os níveis são gerados aleatoriamente, sendo impossível de prever o que virá a seguir. Pelo meio há que evitar as muitas armadilhas, criaturas pouco amigáveis, e muitas outras coisas que causarão uma morte. E quando se morre, coisa que irá acontecer muitas, muitas vezes, o mundo é novamente criado para uma nova tentativa de chegar ao fim.

Parte do que torna Spelunky 2 tão bom é o design que incentiva o jogador a analisar o que o rodeia para não ir de encontro a uma armadilha ou a um inimigo. Mas ao mesmo tempo, tem de jogar em contra-relógio, porque se passar mais de três minutos num nível, um fantasma irá aparecer e irá persegui-lo sem piedade. Para sobreviver o máximo tempo possível, é preciso interpretar rapidamente o layout e perigos de uma área. É complicado conseguir fazer este tipo de avaliação de riscos de forma rápida ao início, mas com treino e há medida que se vai ganhado mais experiência e um maior à vontade com o desafio, essa análise torna-se cada vez mais rápida e, diria até, natural.

Morrer é uma grande penalização, porque obriga a recomeçar do início e perder itens que foram apanhados na tentativa anterior, mas apesar da personagem não ficar progressivamente mais forte, o jogador fica. O jogador vai ficar cada vez melhor a interpretar uma área e vai conseguir ser cada vez mais rápido. Esta sensação de evolução e conhecimento, em que o jogador chega longe graças à sua habilidade, é muito gratificante e é o que torna Spelunky 2 num jogo tão bom. Também ajuda o facto de a jogabilidade ser muito boa, já que os controlos são extremamente precisos, permitindo fazer complicados saltos a grandes velocidades. O jogo em si pode ser complicado, mas os controlos não são um entrave. Além disso, existe uma boa variedade de inimigos, obrigando a que o jogador mude a sua abordagem e se adapte imediatamente às situações.

Sendo um roguelike, a quantidade de vida é bastante limitada e a forma de a recuperar também, mas Spelunky 2 oferece algumas opções para aliviar um pouco este aspecto. Se for preciso, o jogador pode matar um peru para ganhar um item de cura. Pode não parecer muito, mas neste tipo de jogos, é uma grande ajuda. A outra forma de recuperar vida é localizar um animal amigável e levá-lo vivo até à saída.

A progressão em Spelunky 2 não é linear, ou seja, não é preciso seguir uma ordem pré-determinada de níveis até se chegar ao objectivo. O jogador começa em Dwelling, e uma vez completada esta área, pode escolher que caminho seguir; um caminho poderá levar a Jungle e o outro a Volcana. E claro, cada área tem os seus próprios perigos e segredos, além de que todas têm um estilo visual muito distinto. Isto faz com que o jogador não veja tudo o que o jogo tem para oferecer numa única tentativa, oferecendo assim uma maior longevidade. E este, devido ao género e à quantidade de conteúdo presente, é sem dúvida um jogo para largas dezenas de horas de diversão.

Spelunky 2 é fiel à fórmula que tornou o primeiro jogo num sucesso, mas acrescenta coisas novas suficientes para oferecer uma experiência aprimorada, que os fãs do original irão apreciar. Spelunky 2 é desafiante, mas graças aos controlos de sonho, os jogadores vão poder dedicar-se exclusivamente a aprender a navegar por entre os muitos desafios. E Spelunky 2 é uma experiência muito viciante, já que a sua estrutura de “só mais uma tentativa” traduz-se muitas vezes numa sessão de várias horas a explorar, morrer, explorar mais um pouco, e morrer novamente. Quase que nem se dá pelo tempo passar.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

Spelunky 2 é uma viciante e caótica experiência que expande a fórmula do original Spelunky.

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Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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