DNF Duel

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4

A Arc System Works é uma das maiores produtoras de jogos de luta do mundo e, quando associada à Eighting, companhia que trabalhou em Marvel vs Capcom 3, o resultado é um jogo de luta com muito pedigree e que quase garantidamente será de qualidade. DNF Duel é baseado no beat-em-up MMO Dungeon Fighter Online, mas também vai buscar algumas coisas a outro jogo da Arc System Works, chamado Granblue Fantasy: Versus (GBFV).

Em vez de irem ao lore da série buscar personagens com nome, cada lutador em DNF Duel é uma classe presente em Dungeon Fighter Online. Oferecendo um elenco de 16 lutadores no lançamento, existe uma boa variedade de opções à escolha dos jogadores. De certeza que qualquer um vai encontrar aqui uma personagem que encaixe no seu estilo de jogo favorito ou, quem sabe, encontre uma personagem que ofereça motivação para experimentar um estilo completamente diferente. Foi o meu caso. Não costumo jogar nem gostar de zoners, mas eis que deparei-me a jogar com a Launcher devido ao ridículo dos seus ataques.

Jogos de luta são vistos como tendo uma grande barreira de entrada e que requerem muito tempo e dedicação, mas há já alguns anos que os estúdios têm tentado arranjar formas de reduzir um pouco essa barreira inicial sem comprometer a profundidade do sistema de combate. O mesmo acontece aqui. Além de um tutorial que explica o sistema de combate, um modo de treino, e um conjunto de desafios com cada personagem onde é mostrado o seu potencial de combos, DNF Duel oferece também easy inputs. O jogo tem dois ataques standard, um botão de skills e um botão de skills com MP. Estes quatro botões têm variações direcionais. É possível fazer os golpes com o movimento completo, mas quem quiser pode fazer esse mesmo golpe ao carregar numa direção e no respetivo botão. Por exemplo, o golpe X-1 Extruder da Launcher pode ser executado ao fazer o movimento completo quarto de circulo para a frente mais o botão X ou então ao utilizar o easy input frente mais botão X. DNF Duel não é o primeiro jogo a optar por algo do género, mas a sua implementação é boa e oferece uma forma mais acessível de compreender o sistema de combate sem comprometer a sua profundidade e sem prejudicar quem quer utilizar o tradicional sistema de inputs.

Como disse, existem algumas semelhanças com o sistema de combate de Granblue Fantasy: Versus e isso prende-se com duas coisas: cooldown das habilidades e easy inputs. Em GBFV, cada ataque especial tinha um cooldown cuja duração dependia do botão pressionado e se o input tinha sido feito com o movimento completo ou feito com atalhos. DNF Duel tem algo semelhante, sob a forma da barra de MP. Cada golpe especial com MP consome uma determinada quantidade de MP. Este recurso regenera ao longo do tempo, mas esgotar a barra por completo causa o estado de exaustão, fazendo com que o MP não se regenere durante um período de tempo. Dada a importância destes ataques, não querem atingir este estado e, por essa razão, é necessário saber gerir bem isto. Além disso, executar o movimento completo faz com que o MP se regenere um pouco mais rápido comparativamente ao utilizar easy inputs, como tal, existe uma recompensa pela dedicação. Tudo isto faz com que DNF Duel seja um GBFV em esteroides, porque permite uma maior utilização de ataques especiais e uma maior liberdade de combos. Admito que fiquei surpreendido quando vi alguns exemplos de combos via tutorial.

Uma outra coisa que DNF Duel acerta é no feel dos ataques especiais. O sistema de combate dá prioridade aos ataques especiais e faz com que estes ataques especiais pareçam, bem, especiais. Este feel é algo que nem todos os jogos de luta conseguem fazer passar. Em termos gerais, fazer ataques especiais, fazer combos e enviar o oponente para o canto, e tentar perceber os melhores golpes e combos para as diferentes situações é algo que está muito bem conseguido neste jogo. Todo o processo de aprendizagem e execução é muito divertido.

Tal como os jogos mais recentes da Arc System Works, DNF Duel tem gráficos 2.5D cel-shaded que conseguem simular perfeitamente o aspeto anime. Cada uma das personagens está cheia de detalhes, tem as suas características visuais específicas, e os seus ataques são espalhafatosos e com muitos efeitos. Embora os lutadores tenham como origem classes e não personagens da série, a verdade é que todos receberam imensa atenção para os tornar charmosos e únicos. O jogo também é acompanhado por uma boa banda sonora que encaixa perfeitamente no estilo visual e no ritmo de combate.

Em termos de modo de jogo, estão presentes os modos básicos esperados, como Arcade Mode, Free Battle (que é basicamente um VS Mode), Pratice Mode, Survival Mode, e Story Mode. Este Story Mode está em linha com outros trabalhos da Arc System Works, ou seja, tem um formato visual novel. Cada personagem tem a sua própria história com cerca de 45 minutos de duração e é possível aceder a um glossário em qualquer momento para ver alguma informação adicional. O conteúdo single player não é nada do outro mundo, mas ao menos tem os modos esperados de raiz. O modo online é, sem surpresa, um modo de peso e recebeu a devida atenção. DNF Duel utiliza rollback netcode para garantir uma experiência online o mais livre possível de lag, e na minha experiência com o jogo até à data, isso foi conseguido com sucesso. Importa mencionar que o sistema de lobbies típico deste estúdio não está presente em partidas ranked, tornado mais rápido o processo de encontrar novos adversários. O sistema de lobbies existe para partidas casuais e para partidas privadas.

Com gráficos fantásticos, uma jogabilidade acessível mas profunda, e um leque variado de personagens verdadeiramente únicas, DNF Duel é um bom jogo de luta que consegue oferecer combates dinâmicos e explosivos, e não fica aquém de outros pesos pesados do género. A oferta single player é básica, mas graças a um robusto modo multiplayer, DNF Duel tem as ferramentas necessárias para ser uma presença na comunidade de jogos de luta durante muito tempo.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.