Análises

Suicide Squad: Kill the Justice League

Uma crise em Metropolis

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, Xbox Series X/S
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

Suicide Squad: Kill the Justice League suscitou muito falatório desde cedo, porque representou uma considerável mudança no tipo de projeto saído do estúdio Rocksteady. Esse falatório não só não reduziu ao longo do tempo, como aumentou progressivamente e culminou no lançamento. Mas afinal de contas, Suicide Squad: Kill the Justice League é mesmo assim tão mau quanto é pintado ou oferece algo de interessante para quem gosta de jogos de loot?

Suicide Squad: Kill the Justice League é um looter shooter, estilo Destiny ou The Division, onde é oferecida uma campanha não muito longa que tem o intuito de apresentar o palco da ação e habituar o jogador às mecânicas dos diversos sistemas existentes. A campanha segue o grupo Suicide Squad, composto por Harley Quinn, Deadshot, Captain Boomerang e King Shark, que tem como objetivo matar o grupo Justice League. Acontece que os conhecidos heróis, incluindo Batman e Superman, sofreram uma lavagem cerebral e estão agora sob controlo do Brainiac. Um pormenor relevante, e talvez um dos causadores de tanto burburinho, é o facto deste jogo decorrer no mesmo universo da série Batman: Arkham, mais especificamente 5 anos após os eventos de Batman: Arkham Knight.

O conceito de elementos da Justice League se tornarem vilões ou haver confronto entre heróis não algo particularmente novo, seja em videojogos ou filmes, mas até que gostei de ver a versão da Rocksteady sobre isto. Como disse, a campanha não é muito longa; cerca de 9 ou 10 horas de duração, mas achei-a suficientemente divertida. Se calhar, a maior surpresa foi constatar que o humor e interação entre as personagens não foi excessivamente cringe. Humor é subjetivo, claro, mas achei o humor bastante tolerável e ao nível do visto no jogo Marvel’s Guardians of the Galaxy.

Contudo, uma grande falha é a estrutura das missões da campanha. Quem jogou Destiny vai de certeza perceber o que vou dizer a seguir. A campanha de Suicide Squad: Kill the Justice League é na sua maioria composta por missões muito semelhantes aos eventos públicos de Destiny, nomeadamente sobreviver a hordas de inimigos ou matar inimigos específicos. Coisa do género. A campanha dos dois Destiny e até mesmo do Marvel’s Avengers apresentaram missões lineares e cuidadas, com a ocasional missão ou objetivo básico no mapa mundo pelo meio. Mas as missões de Suicide Squad: Kill the Justice League são quase todas passadas a lutar no topo de prédios a completar o mesmo tipo de objetivos básicos. Tenho também que destacar algumas lutas de boss, simplesmente por serem más. Não vou dar spoilers do combate, mas a do Flash é um bom exemplo disso.

Esta situação acaba por transbordar para o endgame. É aqui que acontece o período de procura e otimização do equipamento tradicional neste género de jogo, mas as missões apresentam o mesmo tipo de objetivos e situações que são vistos durante a campanha. Jogos de loot são repetitivos por natureza, mas a falta de variação do tipo de missões e atividades faz com que Suicide Squad: Kill the Justice League se torne repetitivo demasiado depressa, muito mais que outros looter shooters semelhantes e derivados.

Das quatro personagens disponíveis atualmente, Harley Quinn é aquela com a qual estou mais familiarizado, por isso, foi a personagem que utilizei na maioria do tempo. Além disso, pareceu-me ser uma escolha natural pois este jogo decorre no universo Batman: Arkham. À primeira vista, as personagens parecem ser todas iguais, mas na prática existe alguma diferenciação entre as mesmas. Essa diferenciação assenta no tipo de armas que cada um usa e também na forma como se movimentam pela cidade. Harley Quinn, por exemplo, utiliza um drone e um gancho do Batman para se movimentar, enquanto que Deadshot utiliza um jet pack. Isto faz com que os combates se comportem de forma diferente dependendo de quem se utiliza, pois o movimento é um aspeto fulcral neste jogo. Dito isto, esta diferenciação é substancialmente menor que a vista em Marvel’s Avengers, onde cada personagem utilizava o seu estilo de combate e habilidades próprias.

Visualmente, Suicide Squad: Kill the Justice League é muito bem conseguido, ainda para mais considerando que é um jogo cooperativo online para até quatro jogadores, em mundo aberto, e que corre a 60 FPS. Durante o meu tempo não notei quebras de fluidez ou problemas de performance semelhantes. Tenho também que elogiar o nível de detalhe das personagens e a qualidade das suas animações, assim como as cinemáticas em geral. O jogo pode ter os seus defeitos na jogabilidade, mas notam-se os altos valores de produção em todos os elementos da apresentação.

Eu tenho alguns milhares de horas em Destiny e joguei The Division por largas centenas de horas. Escusado será dizer que gosto deste género de jogos. Neste preciso momento, Suicide Squad: Kill the Justice League tem pouca substância para alimentar aquilo que um jogo de loot precisa. A parte técnica e gráfica foi bem conseguida, mas o miolo daquilo que torna este tipo de jogos apelativos fica aquém. Resta saber se o conteúdo que virá daqui para a frente irá conseguir mitigar os principais problemas, sendo a pouca variedade de atividades uma dela. O potencial está presente. Se vai ou não tornar-se realidade, ninguém sabe.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 7

7

Suicide Squad: Kill the Justice League é um looter shooter divertido, mas que fica aquém na variedade de missões e na quantidade de endgame disponível neste momento.

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Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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