Análises

Crash Bandicoot N. Sane Trilogy

Versão testada: Playstation 4 Pro

Estamos a 8 de Novembro de 1996; Jason Rubin, David Siller, Andy Gavin, Dave Baggett, Charles Zembillas, Joe Pearson e Bob Rafei decidiram criar um marsupial que apanha Wumpa fruits, destrói caixas e usa sapatos. Sendo que o Crash Bandicoot foi, se não me engano, o primeiro jogo para a minha PS1, ainda me lembro dos tempos em que era miúdo (6 anos) e ouvir o meu Pai a dizer-me isto numa noite com alguma felicidade “Pedro, consegui bater o boss Koala Kong!”. Foi um daqueles sentimentos de antigamente (sentimento que é difícil de obter) que me ficou marcado para sempre na minha memória.

A série em si esteve quase sempre bem, mesmo naqueles momentos menos bons nos tempos da PS2, Xbox e da GameCube, mas desde que chegou a aberração do Crash of the Titans, chegou-se mesmo a pensar que a série ia levar com um R.I.P.. Para revitalizar definitivamente a série, a Activision e o estúdio Vicarious Visions, que fez o mediano Crash Nitro Kart e alguns bons Crash Bandicoot para a Game Boy Advance, com a excepção do fraco Crash Bandicoot Purple: Ripto’s Rampage, remasterizaram os três primeiros jogos do Crash para a PS1: Crash Bandicoot, Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back e o Crash Bandicoot: Warped.

Vocês devem estar a perguntar-se: “há muitas as diferenças em relação aos originais?” A resposta é “sim”. Esta trilogia até tem mais aspecto de remake do que propriamente de remaster. Gráficos modernizados, músicas remixadas, jogabilidade fluída, voice actors e sons actualizados, são algumas das melhorias aplicadas nesta trilogia. Outras novidades incluem a possibilidade de repetir as bonus round do 1º jogo, e a existência de um portal (do boss) em cada Warp Room, assim como fato de podermos querer enfrentar de novo esses bosses no 2º jogo. E ainda existem time trials para os dois primeiros jogos, que consistem em bater determinado tempo ou obter uma relíquia especifica (Safira, Ouro ou Platina).

Sobre os jogos, é difícil de descrever o tão bom que estão os três, já para não falar da nostalgia, que é imensa. Graficamente falando, ambos estão no ponto. Nota-se que foi tratado com carinho e com bastante atenção, não apresentando grandes problemas. Soundtrack?? Experimentam ouvir as OST’s com tons remixados e sons remasterizados dos níveis (ambos do 2) Diggin’ it/ Bee-Having, Rock it/ Pack Attack, Hang Eight/ Air Crash/ Plant food, por exemplo, e vão ficar deliciados com aquilo.

Seja passar o nível a pé, completar aqueles níveis com o polar bear, hog ou fazer corridas com a mota, continua a ser divertido e viciante voltar a jogar estes 3 jogos que nos marcaram nos anos 90. Muitas das vezes que morri nesta trilogia (principalmente no 1º), senti que a culpa foi minha e não do jogo e o Crash Bandicoot 1, que na minha opinião, é excelente, esmaga e mete num saco a maioria dos jogos de plataformas recentes. Mas o primeiro jogo tem uma movimentação e jogabilidade com uma dificuldade elevada, o que pode trazer alguma frustração aos novatos que não conhecem a série.

Nesse mesmo jogo, relembro-me de muitas vezes de estar perto do fim do nível e quase a obter a gema colorida ou normal (se bem que neste N. Sane Trilogy podemos morrer e obter a gema normal, o mesmo não acontece nos níveis em que têm a gema colorida) e de repente… um salto mal calculado ou outra coisa qualquer, era o suficiente para nos fazer perder a gema, voltar a repetir o nível e dar-me aquela vontade de atirar o comando para a TV, coisa que felizmente nunca fiz.

Oh, quase que me esquecia! Neste Crash Bandicoot N. Sane Trilogy há um pequeno extra, temos sempre a possibilidade de jogar na maioria dos níveis com a irmã do Crash, aka Coco. As habilidades da Coco são iguaizinhas ao do Crash, seja no Crash Bandicoot, no Crash Bandicoot: Cortex Strikes Back ou no Crash Bandicoot: Warped.

Uma coisa que sempre foi icónica (e hilariante) nos jogos do Crash, são as death animations. Muitas das deaths animations são hilariantes e difíceis de conter os nossos risos como, por exemplo, o corte aos calções do Crash, Crash a ser esmagado pelas árvores dos níveis da neve, Crash a ser beijado por um sapo, enfim… muita coisa. Mas há outras death animations que no qual pioraram ou nem se deram ao trabalho de colocar. Por exemplo, no nível Diggin’ it ou no Bee-Having existem umas plantas que atiram umas pequenas coisas que explodem. No original Cortex Strikes Back, ao expor-se a essas coisas, o Crash espirrava (alergia?), mas neste N. Sane Trilogy pura simplesmente se transforma num pequeno anjo que vai para o céu. Outro exemplo, no Warped da PS1, o Crash quando leva com uma das lanças que estão afixadas no chão (como armadilha) nos níveis do Egipto, ele ia logo para o tecto e ficava todo borrado e a tremer de medo, e neste N. Sane Trilogy… a mesma coisa , só que fica quietinho; é que nem se mexe um milímetro e nem treme de medo, o que não faz muito sentido.

E o mesmo pode ser dito em relação à Coco. A Vicarious podia e devia ter posto mais death animations para a Coco. A maioria da malta deve ter lido isto e pensado “Oh my god, who the hell cares??”. Mas a verdade é que estas pequenas coisas são importantes, porque como já disse e repito, as death animations dos jogos Crash são uma coisa icónica da série.

Em suma, esta trilogia ressuscitou a série Crash que mais parecia estar completamente enterrada. Se a pessoa adorou os originais, vai adorar o Crash Bandicoot N. Sane Trilogy. Peguem nas vossas carteiras (que de certeza vão aconselhar-vos isto) e paguem o preço pedido sem pensar duas vezes. Pura e simplesmente têm que adicionar esta trilogia que é (i)Nsanamente excelente à vossa PS4.

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela Ecoplay para efeitos de análise.

Nota Final - 9

9

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