Análises

Outcast – Second Contact

Regresso ao passado!

Versão testada: PC

Lançado em 1999, o original Outcast foi um dos primeiros jogos open world lançados para PC. Hoje em dia, este género atingiu o ponto de saturação, mas em 1999, numa altura onde reinavam as experiências de aventura mais lineares, destacou-se de todos os outros por oferecer algo diferente. Tratava-se de um jogo com um estilo visual único e um mundo enorme para explorar. Dezassete anos mais tarde, pelas mãos da Appeal, chega-nos Outcast Second Contact, o remake desta clássica aventura.

Para quem não jogou o original, desempenhamos o papel de Cutter Slade, um soldado com um nome típico dos anos 90, que foi recrutado para acompanhar uma equipa de exploração a um planeta desconhecido chamado Adelpha. Como esperado, a missão não corre bem e Slade separa-se da equipa, acabando por se ver no meio de uma guerra civil alienígena. De certa forma, faz lembrar um pouco Stargate.

O mundo de Adelpha até que tem bom aspecto. Isto é um testamento ao título original, pois dezassete anos mais tarde, mantém uma estética fresca. Talvez seja vazio para os padrões actuais, mas foi feito um trabalho razoável na adição de vegetação e texturas com mais qualidade ao ambiente, e em tentar melhorar a atmosfera geral do planeta. E por isso, explorar este planeta é tão cativante como foi no original. O modelos das personagens é decente, embora as animações sejam um pouco estranhas, resultando numa imprecisão nos movimentos de Slade.

Por debaixo dos visuais melhorados, é o mesmo jogo de 1999, tanto para o bem como para o mal, mas com algumas adições relevantes. As traduções da língua alienígena estão agora incluídas nos subtítulos, foi adicionada a função auto-save, e existe a opção de escolha entre o moderno sistema de recuperar vida ao longo do tempo ou os tradicionais medikits. De resto, não inclui mais nenhum sistema moderno nem sequer o uso de simples marcadores no mapa, algo que dava jeito, pois nem sempre os objectivos de história são óbvios.

As duas primeiras horas de jogo não são particularmente interessantes, principalmente porque a jogabilidade é ultrapassada e não recebeu a devida atenção. Como resultado, a exploração é trapalhona e os combates são imprecisos. O aim-assist faz-se sentir em demasia, mas se for desligado, torna-se extremamente difícil de acertar em algo. Com alguma perseverança a coisa vai lá, mas precisão e controlo são coisas que não fazem parte do dicionário de Outcast. Após o par de horas iniciais, Outcast abre-se e mostra tudo aquilo que tem para oferecer em termos de atmosfera e exploração, e sem dúvida, Adelpha revela-se como um sitio muito interessante de explorar.

Outcast Second Contact não é um remake de alto orçamento, por isso, seria injusto compará-lo com esses títulos. O objectivo deste remake é simples; dar uma dose de nostalgia a quem jogou o título original e, ao mesmo tempo, dar-se a conhecer a uma nova geração de jogadores. A jogabilidade e o combate são os pontos negativos deste título, porque continuam presos a 1999. Contudo, é inegável o charme do mundo apresentado por Outcast. No final, quer estejam a visitar Adelpha pela primeira vez ou a redescobrir os passos de Slade, vão encontrar em Outcast Second Contact uma aventura sólida.

Sistema utilizado: Intel i7 6700k 4GHz, MSI Strix RX 480 8GB, 16GB RAM DDR4 2400MHz, SSD OCZ 250 GB
Nota editorial: Cópia da versão PC fornecida pela UpLoad Distribution

Veredito

Nota final - 7

7

Um remake que oferece uma boa opção aos fãs do título original, mas que não consegue modernizar a jogabilidade.

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