Análises

Street Fighter 30th Anniversary Collection

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Nostalgia, nostalgia e mais um bocado de nostalgia. Street Fighter 30th Anniversary Collection apela à nostalgia que os fãs têm por esta icónica franquia da Capcom, apela ao coração e apela às lembranças de outros tempos passados. E foi exactamente isso que fez comigo. Eu tenho muitas e boas memórias desta série, em particular de Street Fighter II, na Mega Drive, e de Street Fighter Alpha 3, na PSOne, onde passei muitas horas a batalhar contra amigos meus, seja durante os fins de semana, nas férias, ou até quando havia uma aberta no horário escolar. E jogar esta compilação levou-me de volta a esses tempos em que não tinha preocupações.

Não vou fingir que sou um grande especialista na franquia e que sei distinguir todas as diferenças de frames ou de som existentes entre as diferentes versões de cada título. Posso no entanto, como fã de longa data da franquia, dar uma opinião mais generalista e global do pacote em termos de qualidade e de conteúdo. E no geral, correndo o risco de meter a carroça à frente dos bois e dar já o meu veredicto, parece-me que esta é uma boa homenagem a Street Fighter. É uma compilação que cumpre com o prometido e que oferece uma espécie de retrospectiva da franquia.

Esta compilação inclui doze títulos Street Fighter clássicos, sendo que quatro deles têm uma componente multijogador online: Street Fighter II: Hyper Fighting, Super Street Fighter II: Turbo, Street Fighter Alpha 3 e Street Fighter III: Third Strike. Ora, sendo o Alpha 3 um dos meus Street Fighter favoritos, foi o primeiro título onde me aventurei pelo online. Tirando algumas tareias virtuais que apanhei, a minha experiência foi inicialmente mista. Em Casual Matches, não notei problemas de maior em termos de conectividade, mas em Ranked Matches tive várias partidas não muito fluídas. O mesmo aconteceu no Third Strike. Mas depois, com o passar do tempo e com o aumentar do número de jogadores, a minha experiência foi melhorando. De vez em quando ainda apanho partidas em câmara lenta, mas no geral, tem sido uma experiência divertida.

Todos os títulos aqui presentes são baseados nas suas versões arcada, significando que não têm algumas coisas que as versões posteriores para as consolas adicionaram. Um exemplo disso, é a ausência do modo World Tour de Street Fighter Alpha 3 e de algumas personagens desbloqueáveis, o que pessoalmente, acho uma pena. Contudo, a Capcom adicionou um modo multijogador local (VS Player) e também implementou um modo de treino, duas coisas que não existiam nas versões arcada. Os diferentes modos de jogo são escolhidos no menu principal da compilação, que posteriormente nos oferece a opção de escolher qual o título que queremos jogar. De referir que o modo de treino apenas está disponível nos jogos que têm um modo online, o que acaba por se compreender.

Visualmente, os títulos mantiveram-se fieis ao estilo artístico e grafismo original, e não foi incorporado qualquer sistema de suavização dos pixeis, ou se foi, trata-se de um sistema pouco intrusivo e perceptível. Comparando com outros relançamentos de Street Fighter clássicos, acho que foi feito um bom trabalho, porque a qualidade original dos pixeis já era bastante boa, não necessitando de algo artificial em cima. Em termos de opções de visualização, podemos escolher o tamanho original do ecrã, aumentar o tamanho mas manter a mesma proporção 4:3 ou podemos preencher a totalidade do ecrã. Esta última, é simplesmente abismal, mas está lá para quem quiser. Acho que estes títulos devem ser jogados no formato original 4:3, e a opção de aumentar o tamanho é a minha favorita. Adicionalmente, é possível escolher alguns filtros, como a imitação de um ecrã CRT ou do ecrã da arcada.

Sendo uma compilação de aniversário de Street Fighter, uma das coisas mais interessantes é a adição de uma galeria, que mostra a evolução das personagens e da série ao longo do tempo. Este modo, chamado Museum, apresenta uma enorme quantidade de informação e artwork das personagens, e várias ideias e estudos que levaram a franquia ao que é hoje em dia, incluindo o rascunho que originou o primeiro Street Fighter. Além disso, e um bónus que achei fantástico terem incorporado neste modo, é a possibilidade de vermos a animação de alguns golpes especiais das personagens frame by frame. É um pormenor delicioso, a ponto de desejar que outros jogos de luta passem a fazer o mesmo.

É impossível agradar a todos, especialmente quando se trata de uma série que existe há três décadas e cujos títulos tiveram diversas versões e relançamentos. Vai haver quem esteja feliz por poder jogar as versões originais arcada, e certamente que vai haver quem esteja desapontado pela ausência de modos e personagens que estavam incluídas nas versões consola. Mas no final, isso acaba por não retirar qualidade a esta compilação. Trata-se de uma celebração daquilo que esta icónica série da Capcom conseguiu atingir ao longo de três décadas, e o trabalho investido pela Digital Eclipse demonstrou o respeito que o legado de Street Fighter merece.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

Apesar da ausência de alguns modos de jogo e de algumas personagens, fruto de os títulos serem baseados nas suas versões arcada, Street Fighter 30th Anniversary Collection é uma boa forma de celebrar e de relembrar aquilo que esta icónica franquia conseguiu atingir.

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