Análises

Destiny 2: Beyond Light

O Inverno está aí.

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Este ano, a expansão para Destiny 2 chegou um bocado mais tarde que o habitual, o que é compreensível, dado que andou e ainda anda uma pandemia a assolar o mundo. Beyond Light é o primeiro passo numa nova direcção, cuja história tem um tom mais sombrio e, inclusive, coloca os Guardians a utilizar o poder corrosivo da Darkness. Mas por outro lado, é o mesmo Destiny 2 que se anda a jogar desde 2017.

Eu disse que Beyond Light é o primeiro passo numa nova direcção, e isto é explicado por esta ser a primeira de três expansões anunciadas, que visam empurrar a história para a frente e, possivelmente, responder a algumas das coisas que os fãs se questionam há anos. No entanto, coloca-se a jeito para repetir os mesmos erros de outrora. Não vou entrar em muitos detalhes para não estragar a surpresa, mas a campanha é curta e o ciclo de obtenção de loot do endgame é demasiado repetitivo, algo que é bastante familiar para quem anda nestas andanças desde o primeiro Destiny. É uma questão de fases.

Os jogadores vão dirigir-se a Europa, uma das luas de Júpiter, em busca de respostas. Embora essas respostas nunca apareçam por inteiro, os Guardians vão adquirir um novo poder chamado Stasis, que é originado na Darkness. Traduzindo por outras palavras, trata-se de uma nova classe. A história em si é uma das melhores de Destiny até agora, não só porque o vilão é interessante, ou pelo menos, mais interessante do que os vilões de Destiny costumam ser, mas também porque algumas personagens veteranas da série têm tempo de antena, como o Drifter, Variks, Eris Morn e até a Exo Stranger, a tal que em 2014 não tinha tempo para explicar porque é que não tinha tempo. E como habitual, a campanha termina com muitas perguntas por responder e que certamente ficarão assim por bastante tempo.

Europa é uma boa adição ao ecossistema de Destiny. É uma área interessante, bem desenhada, com variantes de Fallen e Vex e alguns novos inimigos à mistura, que regularmente é fustigada por tempestades de neve. Durante a campanha, estas ocorrências oferecem momentos entusiasmantes e imersivos, porque faz com que o jogador não lute apenas contra os habituais inimigos, mas também contra a própria lua. Após a campanha, Europa inclui os normais eventos públicos e as patrols. Além disso, também foi adicionado um novo strike a esta área, chamado The Glassway. Importa também mencionar o regresso do Cosmodrome, a área original na Terra presente no primeiro Destiny, pese embora outras tenham saído. Não se perdeu muito com a saída de Mercúrio, mas é pena que Io, Titan e Marte tenham sido guardadas na gaveta.

E claro, como não poderia deixar de ser, o pináculo das expansões de Destiny são as raids, e em Beyond Light, a raid chama-se Deep Stone Cryp, que leva os jogadores ao berço dos Exo para parar os Fallen de usar essa tecnologia contra a humanidade. Esta é uma actividade desafiante, como esperado, em que os jogadores terão de enfrentar hordas de inimigos, descobrir o caminho correcto em secções de plataforma, e desvendar as mecânicas das lutas de boss. Sendo o derradeiro desafio, todos os 6 membros da fireteam terão de comunicar muito bem uns com os outros e organizarem-se da melhor forma para atingir o sucesso.

Mas para sequer considerarem meter os pés na raid, os jogadores terão de se preparar e procurar loot. Não vou explicar o loop grind, porque o objectivo deste texto não é ser um tutorial, mas o grind deixa-me com sentimentos mistos. São precisos dar demasiados passos para se avançar no grind, além de que apresenta um outro problema. Esta season é curiosa, porque é praticamente o oposto à season 9. Nessa season, só o conteúdo da season é que importava e o resto do jogo não era utilizado, mas agora, a situação inverteu-se e todo o conteúdo é utilizado, mas o novo conteúdo não é tão utilizado quanto deveria.

Depois, existem igualmente outros problemas. É possível que isto tenha sido consequência da pandemia ou talvez seja intencional, mas a parte competitiva do jogo não recebeu grande atenção. Aliás, a nova classe até “estragou” o PVP por não ser equilibrada, além de que a meta actualmente não é particularmente divertida. E até mesmo em conteúdo PVE, a coisa está sub-aproveitada. Com três anos em cima, não compreendo porque é que a playlist de strikes ainda não recebeu strike scoring ou algum tipo de desafios que permitissem dar loot conforme o desempenho. E isto leva-me a outro ponto. Talvez seja nostalgia, admito que pode ser uma possibilidade, mas olhando para o grind existente actualmente em Destiny 2 e o que havia no final de vida do primeiro Destiny, prefiro o que existia em Destiny 1. O grind em si necessitava de uma boa dose de investimento de tempo, tal como agora, mas era mais simples e, diria eu, mais divertido.

Destiny 2: Beyond Light é uma expansão com elementos sólidos, que empurram a narrativa para a frente e que vai buscar personagens do passado para apresentar uma das campanhas mais interessantes de Destiny 2 até à data. Europa é uma área bem conseguida, onde os jogadores poderão dar asas as novas habilidades adquiridas com a nova classe, e prepararem-se para o desafio da raid. Porém, o conteúdo específico da season é um pouco escasso, o que acentua a repetição do grind. Além disso, não foi dada muita atenção à vertente competitiva do jogo nem à strike playlist.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 7.5

7.5

Destiny 2: Beyond Light inclui algumas boas adições ao universo Destiny, mas repete igualmente alguns dos erros do passado e praticamente não mexe no Crucible e Strikes.

User Rating: 3.3 ( 1 votes)

Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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