Análises

Yakuza: Like A Dragon

Yakuza: Like A Dragon... Quest!

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Bem, à primeira vista, este Yakuza: Like A Dragon, que é o 7º jogo da série principal, não me agradou nem um bocadinho porque, em vez de ser um beat em up tal como os anteriores jogos da franquia, transformou-se num RPG com combates por turnos. Mas apesar desta mudança drástica na jogabilidade, porque é que eu gostei imenso deste jogo? Esta é uma questão que irei responder mais em baixo.

Estamos nos finais do ano 2000, Ichiban Kasuga, de 21 anos é um Yakuza que exerce a função de cobrador de impostos. E mais não digo por razões óbvias, já que a narrativa tem um enorme peso neste jogo. Assassinatos, traições e jogos políticos, todos os ingredientes típicos dos jogos Yakuza, estão presentes neste Yakuza: Like A Dragon, e devo dizer que consegue fazer tudo isto muito bem, como seria de esperar. Yakuza: Like A Dragon utiliza o mesmo motor gráfico do Yakuza 6: The Song of Life e do Yakuza Kiwami 2, e continuo a apreciar o motor em si, não tendo razões de queixa da questão da fluidez. O mesmo vale para as expressões faciais das personagens que continuam no ponto, assim como excelente trabalho dos voice actors japoneses. Também fizeram um óptimo trabalho nas músicas do jogo.

Tal como disse anteriormente, Yakuza: Like A Dragon é um RPG com combates por turnos, o que significa que cada personagem tem o seu HP e MP e pode atacar, defender, usar skills ou boosts items, recovery items ou offensive items. Mas vou explicar como funciona o sistema de combate deste Yakuza. Se o Kasuga atacar com um inimigo com um ataque normal e deixá-lo estendido no chão, se estiver algum membro da equipa perto dele, esse parceiro ataca o inimigo (com um ataque normal) imediatamente sem ser a vez dele. Outro exemplo, se o Kasuga estiver perto de alguma bicicleta, ele pode usá-la contra o inimigo. Sobre a defesa, não fiquem especados à espera que a nossa personagem milagrosamente se desvie dos ataques dos inimigos, especialmente nas batalhas de bosses. Em vez disso, é necessário fazer um perfect guard pressionando no botão círculo (na PS) no momento certo em que o inimigo ataca. Só um pormenor, se o Ichiban Kasuga morre, é automaticamente Game Over, independentemente dos restantes estarem vivos ou não. Ao vencermos as batalhas, ganhamos xp (para a personagem e para a job do mesmo), dinheiro e materiais.

Em cada skill (1 single enemy ou Enemy area) é composto ataques físicos/ armas brancas, lâminas, pistolas e ataques mágicos. E alguns estão incrementados com ataques de fogo, eléctrico e água/ gelo. Em cima disto tudo, podem deixar os inimigos temporariamente queimados, paralisados e com frio. Por sua vez, existem outros ataques que podem deixar os inimigos a sangrar, silenciados (proibidos de utilizar as skills), com medo, enraivecidos, stunned e bêbados. E convém dizer que também as nossas personagens podem sofrer desses mesmos males, à excepção da bebedeira. Esta última só acontece se a personagem beber demasiado Sake ou vinho. Quando algum inimigo ou uma personagem nossa party está com a bebedeira, este pode acidentalmente atacar algum companheiro. Além disso, não se esqueçam de saber qual é o ponto fraco dos vossos inimigos. E mais um ponto, a maioria destas skills tem um pequeno quick time event e se tivermos suscesso, o dano será maior para o inimigo.

E não se preocupem que os Essences estão presentes neste Yakuza: Like A Dragon. Estão diferentes, mas não desapareceram e alguns deles são cómicos, como seria de esperar. Estes são ataques especiais, sejam eles ataques físicos, ataques com lâminas, mágicos ou técnicas de ressuscitar. Semelhante aos Essences, Ichiban Kasuga pode evocar os Poundmates, que podem ser considerados os summons deste jogo. Estes Poundmates são de graça na primeira utilização, mas depois começam a custar dinheiro, sendo que o valor varia conforme o Poundmate em questão. Eles podem atacar os inimigos ou restaurar o HP e MP das nossas personagens que estão a lutar, e são desbloqueados na história principal ou nas sub-histórias.

Não só vamos explorar Kamurocho e Sotenbori, como também a cidade de Isezaki Ijincho. A exploração deste Yakuza: Like A Dragon não mudou e não acrescentou muito em comparação com os anteriores jogos da franquia. Vamos poder ir aos restaurantes para restabelecer as energias das nossas personagens, fazer compras de itens e de materiais e jogar mini-jogos. Também existe um edifício chamado Hello Work que é onde podemos mudar o nosso job as outfits das nossas personagens.

Falando nesta parte dos jobs, cada personagem tem a sua lista de jobs que pode fazer e também têm jobs exclusivos. Por exemplo, o Ichiban Kasuga tem como jobs exclusivos, o Freelancer job e o Hero Job. Existem muitos jobs à disposição, incluindo Chef, Foreman, Musician, Fortuneteller, Bodyquard, Host, Breaker, Enforcer, Hostess, Idol, Night Queen e o Dealer. Por exemplo, o Chef consiste em ataques com facas e ataques mágicos de fogo, enquanto que o Breaker consiste muito em ataques físicos.

Cada job tem dois tipos de skills: Character skill e Job skill. O Character skill, quando desbloqueado nesse job, a personagem fica com essa skill para sempre, mesmo que mude de Job. E a Job skill é uma skill exclusiva dessa mesma job. Também é preciso salientar que cada job exige usarmos um determinado tipo de arma. No Hero, temos que utilizar lumbers ou um taco de baseball, nos Enforcers temos de utilizar um escudo. A minha opinião sobre a jogabilidade deste Yakuza resume-se a uma única palavra: perfeita! Consegue ser desafiante, pois é preciso definir-se uma estratégia contra os bosses, mas é equilibrada, divertida e dinâmica!

Ichiban Kasuga tem uma roda da personalidade que é constituída em 6 partes: Passion, Confidence, Charisma, Kindness, Intellect e Style. De certa forma, faz lembrar as social stats dos Persona. Inicialmente, como é óbvio, começamos com todas as partes no nível 1, e vamos aumentando estes níveis através dos Challenges (Adventure, Battle, Minigames e do Management Mode), do Part-time Hero ou através das conversas com os nossos parceiros no bar Survive. E isto é importante porque, por exemplo, se quisermos mudar a profissão do Ichiban para Host, temos que ter o Style no nível 3. Outro exemplo, a skill hero Hero’s Compassion, que restaura o HP de todos os companheiros, torna-se muito efectiva quando o Kindness aumenta de nível.

E é claro, sendo um RPG, podemos equipar armaduras e acessórios nas personagens para os tornar mais fortes e mais resistentes. Cada personagem amiga do Ichiban tem uma Bond Gauge com 5 níveis. Isto é muito importante porque, quanto maior for o nível de ligação, mais XP ganha quando não está na party e mais jobs pode escolher. E quando chegamos ao nível máximo dessa ligação, a personagem amiga do Ichiban ganha uma técnica Essence. Essas barras de ligações podem ser preenchidas com as comidas dos restaurantes e após as batalhas. Haverá uma altura em que as barras de ligações param de ser preenchidas, o que significa que é preciso conversar com a tal personagem no bar Survive (é uma espécie de sub-história). Seja qual for a resposta do Ichiban durante essas conversas, irá aumentar uma das 6 partes da roda da personalidade do mesmo.

Temos um modo chamado Part-Time Hero onde temos de fazer entrega de insectos, entrega de animais e salvar pessoas dos tipos problemáticos em troca de materiais e de dinheiro. Temos um mini-jogo divertido muito ao estilo dos Mario Karts e do Crash Team Racing chamado Dragon Kart. Temos um management mode chamado Ichican Confections. Neste modo vamos ter que comprar e vender propriedades, recrutar empregados, pedir empréstimos ao banco, e o objectivo é levar a empresa ao topo das share prices. Mas não só, também podemos fazer upgrades às nossas propriedades, treinar, promover, dar bónus (para lhes elevar a moral), mandar os empregados para o lay-off e meter os nossos empregados no sítio certo na(s) nossa(s) propriedades e ver a simulação como corre. E por vezes temos convocatórias com os Shareholders onde temos que responder às perguntas e às críticas deles com a nossa equipa escolhida.

Temos também um mini-jogo bastante divertido que é o Can Quest, que é um desafio em que temos de fazer a recolha de latas vazias pela cidade de Ijincho contra vários adversários. Quanto a mini-jogos do SEGA Club, temos à nossa disposição o Space Harrier, UFO Ctacher, Super Hang-On e o Virtua Fighter 5 Final Showdown. E no caso da Sasaki Arcade, temos o Virtua Fighter 2.1, Fantasy Zone e o Out Run. Além disso, existe um sítio, chamado Romance Workshop, que é onde podemos fortificar as nossas armas e construir armas e equipamentos para as nossas personagens. Para fazermos isso, necessitamos de dinheiro e dos materiais correctos. Também podemos fazer investimentos para o Workshop tornar-se ainda melhor e desbloquearmos armas e equipamentos mais potentes. A única coisa que não gostei neste jogo, foi o campo de visão dos inimigos que costumamos encontrar nas ruas. Sinto que há alguma coisa errada neste aspecto, porque quando somos detectados e depois estamos fora do campo de visão deles, eles continuam a ver o Ichiban e somos forçados a lutar. Sim, é possível fugir da batalha, mas nem sempre. Só mais um pequeno pormenor, quem adquirir o jogo para a PS4 ou Xbox One, poderá fazer o upgrade gratuito para as novas consolas da Sony e Microsoft. Em suma, apesar de eu achar que deviam de ter colocado os combates por turnos num spin-off e não num título da série principal, a verdade é que adorei este Yakuza: Like A Dragon.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise. Este artigo foi escrito após a actualização 1.03.

Veredito

Nota Final - 9.5

9.5

O género muda, mas a série Yakuza continua interessante e este Like A Dragon não faz por menos.

User Rating: Be the first one !
Botão Voltar ao Topo