Análises

Call of Duty: Vanguard

De regresso à Segunda Guerra Mundial.

Versão testada: PlayStation 4 Pro
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One

Eis o típico Call of Duty anual por parte da Activision. De volta à segunda guerra mundial (é o 7º Call of Duty baseado nesta era) e a série está de regresso às mãos da Sledgehammer Games. A campanha do Call of Duty: Vanguard vai de 1941 até 1945, tendo como protagonistas a Polina Petrova, Arthur Kingsley (líder da Task Force One), Lucas Riggs, Wade Jackson e o Richard Webb (é o braço direito de Asthur Kingsley). Todos eles vão ter que se ajudar uns aos outros para combater as tropas nazis. Apesar da campanha ter sido curta, a verdade é que gostei imenso do que ofereceu.

Mas agora vamos passar o para foco principal da série Call of Duty que é o Multiplayer. Eu quando comecei a ver que o Call of Duty: Vanguard ia ter uma jogabilidade semelhante ao Call of Duty: Modern Warfare da Infinity Ward confesso que torci o nariz e pensei para mim mesmo: “Isto não vai acabar bem…”. Pensei isto porque o Modern Warfare ainda me deixou com algumas cicatrizes devido aos os seus problemas nesta componente. Mas neste Vanguard, nem tudo foi mau.

Passamos do Time to Kill lento do Cold War para um Time to Kill rápido. Este aspecto do TTK ser rápido tem os seus pontos positivos e negativos. Pelo positivo: acabamos rapidamente com os nossos adversários; E pelo negativo: é quase impossível de retribuir as balas de fogo. É quem vê primeiro, quem dispara primeiro, mas sobretudo quem tem mais paciência para fazer pre-aim. E que também leva um bocado para um problema chamado Camping. Quem gosta de Time to Kill lentos como a do Cold War poderá afastar-se deste CoD: Vanguard.

Como jogador crónico do Team Deathmatch, tive que me afastar deste modo e ir para Domination (com as opções Blitz ou Assault) para que os jogos tivessem um bocado mais de acção. E por falar em modos, para além do TDM e do Domination, temos modos como o Free for All, Kill Confirmed, Patrol, Hardpoint, Search and Destroy e o Champion Hill.

Neste último modo, 8 esquadrões de dois ou três lutam (em quatro mapas) numa espécie de Team Deathmatch Elimination. A última equipa sobrevivente é que ganha. Temos no total 20 mapas (16 mapas do MP + 4 do modo Champion Hill) de lançamento neste Vanguard. Dezasseis mapas do MP é exactamente o dobro dos mapas do Modern Warfare e do Cold War quando saíram do lançamento, o que na minha opinião é um excelente ponto positivo.

Berlin, Bocage, Castle (remake do World at War), Das Haus, Decoy, Demyansk, Dome (remake do World at War), Eagle’s Nest, Gavutu, Hotel Royal, Numa Numa, Oasis, Red Star, Sub Pens e o Tuscan são os mapas multiplayer do jogo. E depois temos os mapas do Champion Hill como o Airstrip, Courtyard, Market e o Trainyard.

Antes de irmos para algum modo no Quick match podemos escolher o nosso tipo de Combat Pacing: Tactical, Assault ou Blitz. Não interessa o tipo de combat pacing que escolhermos, porque o jogo vai na maioria das vezes por-nos num lobby (para preencher o mesmo) que tem um combat pacing diferente daquele que nós escolhemos. Outro problema crónico que já esteve presente no Modern Warfare e no Black Ops Cold War e que está presente neste Vanguard é o tal chamado Skill Base Matchmaking (SBMM para abreviar).

Quando uma partida acaba, o jogador nunca vai ficar no mesmo lobby e é raro encontrarmos os mesmos jogadores. Pior ainda quando entramos a meio de alguma partida (a maioria das vezes, a partida é dominada pela nossa equipa adversária). Antigamente, quando entravamos a meio ou antes de começarmos de alguma partida, aprendíamos o estilo de combate e as armas que utilizavam os jogadores. Mas desde que surgiu o SBMM no Modern Warfare deixou de haver esse sentimento. E quando o jogador faz um boa partida, na partida seguinte já vamos jogar contra jogadores mais complicados (e vice-versa). Não faz nenhum sentido. Só porque fiz uma boa partida, não significa que tenho de ser “castigado” no jogo seguinte. Isto força os jogadores a irem para as armas meta sem necessidade nenhuma. O mesmo vale quando faço uma má partida. O jogo não tem que me “ajudar” após ter feito um mau jogo.

Sobre os Loadouts, é igual ao do Modern Warfare e do Cold War com uma enorme quantidade de attachments para as armas, perks e equipamentos. Mas uma coisa que me deixou um bocado pensativo no jogo foi o Aim Down Sight Spread (Bloom) presente o jogo. O que esta mecânica quer dizer (dependendo do nível Accuracy da nossa arma) é que o ponto de impacto pode ser muito ou muito pouco diferente do nosso ponto de alvo da nossa arma. Na minha opinião, achei que esta mecânica era desnecessária no Vanguard.

Negativamente, sinto falta das Wildcards como um Perk Greed ou 3 perks da mesma categoria. Com isso tornava o jogo ainda com mais opções. Uma das coisas que mudaria no Vanguard, era mudar os Killstreaks para Scorestreaks para compensar aqueles que trabalham para o objectivo. E não, não me refiro ao Scorestreak system do Cold War. Agora sobre os sons dos passos, se de facto no Modern Warfare eram barulhentos, neste Vanguard já são ligeiramente mais difíceis de ouvir, mesmo sem o Ninja perk ou o Dead Silence Field Upgrade. Neste departamento, (com uma ou outra coisa para ajustarem) acho que estiveram muito bem em comparação com o MW. Prefiro que os passos sejam mais silenciosos do que barulhentos. Uma coisa que precisa de ser corrigido é o respawn. Perdi a conta às vezes em que faço respawn e sou logo morto de seguida passado um segundo. Pelo lado positivo, temos imensos operators com muitas coisas para desbloquearmos, incluindo emblems, skins e executions. Em suma, das partidas online que fiz devo dizer que gostei do Multiplayer aqui presente, mas podia gostar ainda mais se não fosse os tais problemas mencionados anteriormente.

O modo Zombies do Vanguard foi desenvolvida Treyarch em colaboração com a Sledgehammer Games, e temos um simples mapa chamado Der Anfang. Este é considerado um prólogo da história do Black Ops Cold War. Der Anfang não é um mapa round-base, mas sim é uma mapa ao estilo Outbreak do Cold War, mas pior em termos de qualidade. Passo a explicar o porquê. É só um simples mapa pequeno com pouco conteúdo em comparação com o Outbreak. E não fica por aqui. Não há easter egg’s, não há Wonder Weapons, não há Pack-a-punch camos nas armas nesse mesmo mapa. Nota-se que foi uma coisa acabada à pressa e nota-se que tem alguns assets do modo Zombies do Black Ops Cold War.

Nesse mesmo mapa temos poucos objectivos para escolher, como por exemplo, sobreviver numa área até X minutos. E quando conseguimos concluir algum objetivo, ganhamos um heart que pode ser usado para adquirir algum upgrade para a nossa personagem. Também podemos fazer a Pack-a-Punch às armas para torná-las mais fortes, e adquirir perks como o Quick Revive, Speed Cola ou o Stamin-Up. Podemos fazer equipamentos como Monkey Bombs, granadas e até armaduras. Eu não odeio o modo Zombies do Vanguard, mas é mediano e está longe dos bons trabalhos que a Treyarch já tinha feito anteriormente neste modo em jogos anteriores. Graficamente nota-se que o jogo não é muito evoluído, até mesmo nas consolas da nova geração. No geral, gostei deste Vanguard apesar das suas falhas.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise. Este artigo foi escrito após a actualização 1.04.

Veredito

Nota Final - 7.5

7.5

O Vanguard podia ser um jogo muito bom se não fossem algumas decisões questionáveis como a inclusão de SBMM e o facto do modo Zombies ser pior que em anos anteriores. Assim sendo, este é apenas um jogo decente.

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