Análises

Mortal Kombat 11 Ultimate

Round 2. Fight!

Versão testada: PlayStation 4 Pro

2020 tem sido tudo menos fantástico, e talvez seja por isso que parece que foi há uma eternidade que Mortal Kombat 11 foi lançado, mas na verdade, o jogo chegou às lojas em Abril de 2019. Desde então, recebeu personagens adicionais, um novo capítulo de história, novos cenários, mais cosméticos, novos golpes e várias melhorias a ajustes gerais. Por outras palavras, o suporte pós-lançamento prestado pela NetherRealm tem sido bastante bom. E agora, a tempo da chegada de uma nova geração de consolas às lojas, a NetherRealm lança Mortal Kombat 11 Ultimate. Como o jogo recebeu muita coisa ao longo do tempo, está na hora de reavalizar a versão mais recente disponível.

A maioria do que disse na minha análise à primeira versão de Mortal Kombat 11 mantém-se, mas existem três pontos importantes a referir. O primeiro tem a ver com Tower of Time, o modo single-player ligado aos sevidores da NetherRealm, onde vão desbloquear cosméticos para as personagens. Estas torres vão mudando períodicamente e algumas oferecem combates com modifiers para tornar as coisas mais caóticas e desafiantes. No lançamento em 2019, estas torres não eram divertidas devido ao alto grau de dificuldade e obrigavam a um enorme grind para os jogadores desbloquearam os cosméticos que queriam. Essa situação foi sendo melhorada ao longo do tempo, e agora, apesar de ainda envolver uma boa dose de grind, é mais acessível e, consequentemente, mais divertido. Se antes só dava vontade de deixar a IA jogar por mim neste modo, agora, já há vontade para ser eu próprio a jogar.

O outro ponto diz respeito a algo que não mencionei na minha análise original, porque foi uma coisa que só considerei após colocar muitas mais horas de jogo em cima. Refiro-me às variações das personagens. Originalmente, cada personagem tinha duas variações que podiam ser usadas em modos competitivos e era possível criar variações personalizadas com os golpes que os jogadores queriam, mas essas variações ficavam de fora dos modos competitivos. Mais tarde foi adicionada uma terceira variante competitiva. Como resultado, aquilo que muitas vezes víamos nos trailers das personagens acabava por não corresponder exactamente à jogabilidade dessa personagem, porque muitos golpes ficavam de fora. Ora, isso já não é bem assim.

A partir de agora, os jogadores podem criar as suas próprias variações e utilizá-las em modos competitivos e em torneios, pese embora alguns golpes não possam ser escolhidos por razões de balancing. Em vez de utilizarem uma das três variações de torneio da Jade, por exemplo, podem criar uma variação custom com os golpes dela que preferirem e utilizar isto em partidas ranked. Esta é uma enorme alteração porque expande imenso as opções disponíveis e torna as coisas muito mais divertidas. Sim, os lutadores continuam a não ter o seu leque inteiro de golpes disponíveis nas lutas, fazendo com que percam alguma da sua identidade, mas pelo menos permite que as personagens façam combinações que até agora simplesmente não podiam fazer. Esta simples alteração é tão substancial que transforma o jogo numa espécie de Mortal Kombat 11.5.

O terceiro ponto diz respeito às personagens. Eu critiquei a ausência de personagens clássicas, e algumas ainda continuam ausentes, como Reptile, Cyrax e Ermac, mas entretanto, outras foram adicionadas ao elenco, como Sindel, Nightwolf, Sheeva e, mais recentemente, Mileena. Também foram adicionados lutadores convidados, sendo Robocop, Terminator e Rambo alguns dos exemplos. Pessoalmente, estas personagens não me interessam tanto como as do universo Mortal Kombat, além de que Robocop e Terminator são demasiado “rígidos” no seu estilo de combate, mas percebo o apelo para quem é mais casual. Uma coisa que gostei foi o facto de a NetherRealm ter integrado algumas personagens DLC na expansão de história Aftermath, explicando assim como apareceram no jogo ou como ressuscitaram. É pena que não tenha sido feito o mesmo para com as personagens do Kombat Pack 2, mas entendo que seria difícil dada a situação actual. De qualquer maneira, no total, Mortal Kombat 11 Ultimate inclui um respeitável elenco com 37 personagens.

Mas para quem não jogou o original, talvez seja melhor fazer um apanhado. Mortal Kombat 11 continua a história de Mortal Kombat X, mas agora, a linha temporal está de pantanas. Kronika, a guardiã do tempo, quer refazer a linha temporal para reestabelecer o equilíbrio, o que faz com que o passado e o futuro entrem em rota de colisão. Na campanha base, os jogadores vão formar alianças e fazer os possíveis para que Kronika falhe a sua missão. De referir que a campanha tem uma boa longevidade e valores de produção surpreendentemente elevados tendo em conta que se trata de um jogo de luta e não de um jogo focado na história. Na campanha adicionada com a expansão Aftermath, os jogadores continuam logo no ponto onde terminou a campanha original, porque afinal, as coisas não estavam tão bem como se pensava.

Além destas campanhas, Mortal Kombat 11 Ultimate inclui também as Klassic Towers, que é basicamente o modo arcade onde cada personagem tem o seu final, as Tower of Time que mencionei anteriormente, AI Battles, modo online e a Krypt. Existe muito conteúdo single-player caso não tenham o desejo de enfrentar outros jogadores em partidas online, mas se forem competitivos, também têm vários modos multiplayer à disposição. Além disso, as partidas casuais vsuportam cross-play, significando que os jogadores na PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S e Xbox One podem jogar uns com os outros.

Mas está aí uma nova geração de consolas e Mortal Kombat 11 Ultimate tira partido das suas maiores capacidades, como tal, e sem surpresa, a fidelidade visual foi aumentada na PlayStation 5 e Xbox Series X. No entanto, não deixa de ser uma desilusão que as cinemáticas continuem bloqueadas a 30 FPS. Seria de esperar que passassem para 60 FPS, tal como acontece actualmente no PC, mas não é o caso. Pelo lado positivo, há que salientar que, como as novas consolas têm um SSD bastante rápidos, os tempos de loading são mais pequenos, tornando assim a experiência geral mais agradável.

Aproveito também para falar sobre algo que foi adicionado a tempo de ser incluído nesta segunda análise a Mortal Kombat 11. Refiro-me ao pacote de skins baseadas no filme Mortal Kombat de 1995. Este pacote inclui as parecenças e as vozes dos actores que interpretaram Sonya Blade, Raiden e Johnny Cage no filme, o que confere um bom efeito nostálgico. Ora, na minha primeira análise a este jogo critiquei a inclusão da Ronda Rousey no jogo, assim como a sua prestação no papel de Sonya Blade. Agora, isto é aliviado com este pacote de skins. Infelizmente, este DLC não faz parte da Ultimate Edition e terá de ser adquirido à parte, mas é um sacrifício aceitável para não se ter de ouvir mais as falas sem emoção da Ronda Rousey.

Apesar de ainda existirem algumas coisas que poderiam estar melhor, a verdade é que é impossível negar a qualidade e quantidade do que é oferecido em Mortal Kombat 11 Ultimate. Com 37 personagens, 25 cenários, duas campanhas de história, modo arcade e modo online com suporte para cross-play, Mortal Kombat 11 Ultimate é um dos melhores e mais completos jogos de luta dos últimos anos, que é capaz de oferecer imensas horas de diversão.

Nota editorial: Cópia fornecida pela UpLoad Distribution para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

Embora algumas personagens clássicas ainda estejam ausentes, Mortal Kombat 11 Ultimate é um pacote que inclui imenso conteúdo e que corrige algumas das críticas iniciais.

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Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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