Análises

Persona 5 Tactica

Mais uma aventura no Metaverse

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

O sucesso de Persona 5 é incontestável e trouxe o reconhecimento que esta série merecia há muito tempo. Tal sucesso originou alguns spin-offs. Foi o caso de Persona 5 Strikers, que combina os elementos habituais do jogo principal com o estilo de combate tradicional musou. E agora é a vez de Persona 5 Tactica, que combina esses mesmos elementos habituais de Persona 5 com um estilo de RPG tático. Será que o resultado é bom?

Persona 5 Tactica decorre após o final de Persona 5 e antes dos eventos de Persona 5 Royal e segue a familiar equipa. O grupo junta-se no Cafe LeBlanc, como habitual, quando ouvem nas notícias a informação do misterioso desaparecimento de um importante político. Subitamente, o grupo é transportado para o Meteverse, para um mundo com um estilo medieval europeu governado pela tirana Marie. Não vou dar mais detalhes, mas este é o mote que leva os jogadores a experienciarem uma nova aventura auto-contida com este grupo de personagens e, pelo caminho, conhecer várias outras novas.

A conexão entre os Phantom Thieves e esta dimensão alternativa, juntamente com a apresentação de novas personagens, é mistério o suficiente para carregar a aventura até ao fim. Este grupo passou por muito e é unido, como tal, a camaradagem entre todos é evidente. Isto é reforçado com conversas opcionais que vão sendo desbloqueadas ao longo da história. Estas cenas são divertidas de seguir, muito por culpa do bom voice acting. Tendo jogado Persona 5 em japonês e Persona 5 Royal em japonês e inglês, estou familiarizado com os dois idiomas, e o elenco inglês é de grande qualidade.

Uma coisa que não posso deixar passar em claro é o estilo artístico. O estilo do original Persona 5 é fantástico, mas ao contrário de Persona 5 Strikers, que manteve esse mesmo estilo, Persona 5 Tactica opta por apresentar um estilo chibi. Esta “chibização” das personagens é algo que demorou várias horas a habituar-me, mas admito que não fiquei grande fã até porque choca com alguns dos temas sérios que o jogo aborda. Em sentido contrário, a série Persona é conhecida por ter excelentes músicas e a banda sonora de Persona 5 Tactica não desilude.

Mas e como se joga? O combate de Persona 5 Tactica aproxima-se em termos de estratégia com as batalhas em XCOM. A equipa é composta por três personagens que podem utilizar o terreno para se protegerem parcialmente ou totalmente dos ataques dos adversários. O jogo utiliza as principais mecânicas de Persona 5 e adapta-as de forma inteligente a este tipo de combate mais tático, como o caso da mecânica “1 More” quando se atinge o ponto fraco dos inimigos. Tal como no jogo principal, esta mecânica é bastante importante para tentar controlar o campo de batalha, principalmente em conteúdo mais desafiante, e também para permitir o uso da mecânica Triple Threat, que é basicamente o equivalente aos All-Out-Attacks.

O uso de magias também acarreta um diferente impacto nas batalhas comparativamente a Persona 5. Por exemplo, Mona utilizar Garu, a magia de vento, num inimigo irá fazê-lo voar numa direção, algo útil na hora de tirar um inimigo de cover ou para tentar movê-lo para uma posição específica. Por sua vez, Joker, consegue atacar um grupo de inimigos que esteja junto com a magia Eiha do Arsène. No geral, o sistema de combate não é super complexo, mas oferece profundidade suficiente para os amantes deste tipo de combates.

A minha experiência com o jogo foi boa e este é sem dúvida um jogo sólido, mas ao mesmo tempo esteve sempre presente a sensação de que este jogo não era necessário. Talvez seja saturação pelo setting de Persona 5, uma vez que este título foi lançado em 2016 e continuamos à espera de Persona 6. Ou então, talvez porque os eventos deste jogo decorrem numa janela de tempo semelhante à de Persona 5 Strikers. Seja qual for a razão, o meu entusiasmo não foi tão grande como esperava inicialmente.

Apesar de ter adorado Persona 5 e Persona 5 Royal, sou obrigado a admitir que Persona 5 Tactica fica uns furos abaixo. Não gostei do estilo chibi e achei que falta algum do charme que caracterizou o jogo original. Aliás, diria que o outro spin-off, Persona 5 Strikers, faz um melhor trabalho a oferecer uma experiência Persona 5 alternativa. Por outro lado, no que toca ao combate, a adaptação das mecânicas tradicionais a um estilo tático foi conseguida com sucesso. Quem ainda tiver vontade de ver os Phantom Thieves mais uma vez em ação e gostar de RPGs táticos, Persona 5 Tactica deverá acalmar essa fome.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

Persona 5 Tactica é um jogo sólido, que consegue adaptar as mecânicas de Persona 5 a um estilo de combate tático, mas que no geral, não consegue capturar o charme do jogo original.

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Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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