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Peter Moore relembra o Red Ring of Death da Xbox 360

Num podcast da IGN, Peter Moore, atualmente COO da EA, relembrou os enormes problemas de hardware que existiram nos primeiros anos de vida da Xbox 360.

Para aqueles que não sabem ou não se lembram, pouco tempo depois do lançamento da Xbox 360 em 2005, começaram a surgir bastantes relatos de problemas de hardware. Esses problemas eram assinalados com o aparecimentos de umas luzes vermelhas em formato de anel, e por isso, passaram a ser conhecidos de Red Ring of Death.

Mas estes problemas tornaram-se tão graves que em 2007 a Microsoft colocou de parte 1.15 mil milhões de dólares para reparar rapidamente as consolas avariadas, e estendeu a garantia para três anos.

Oito anos depois, Moore conta algumas das coisas que se passaram nessa altura na Xbox.

Nós estávamos a ver as taxas de avarias e a começar a receber relatos do serviço de apoio ao cliente. Não conseguíamos perceber bem o que estava a acontecer.

Sabíamos que tínhamos um problema. Lembro-me de ir ter com o Robbie Bach, o meu chefe, e dizer que pensava que tínhamos um enorme problema entre mãos.

À medida que começámos a analisar o que se estava a passar, estávamos a receber as consolas defeituosas. Foi um problema desafiante para os nossos engenheiros, e não conseguíamos perceber bem qual era o causador. Sabíamos que tinha algo a ver com o calor.

Moore, juntamente com a sua equipa financeira, analisou os factos e chegou à conclusão que seriam necessários 1.15 mil milhões de dólares para trocar as consolas defeituosas. Moore conta também que teve de ganhar coragem para contar a Steve Ballmer, chefe da Microsoft na altura, qual o valor necessário para reparar este grande problema.

O momento que nunca esquecerei; eu disse ao Robbie que tínhamos uma reunião de negócios com o Steve Ballmer. Eu disse-lhe que tínhamos de contar ao Steve o nosso plano: precisamos de enviar uma caixa da FedEx ao consumidor que tiver um problema, o consumidor liga-nos com a morada de envio, vamos buscar a caixa e devolvemos a consola reparada.

Calculei com a minha equipa financeira, que seriam precisos cerca de 1.15 mil milhões de dólares. Lembro-me que 240 milhões de dólares foi para a FedEx. O stock deles deve ter disparado nas duas semanas seguintes.

Na reunião, estou a tremer diante do Steve, uma pessoa que adoro mas que consegue ser bastante intimidadora. O Steve disse “ok, explica-me tudo”. Eu disse: “se não fizermos isto, a marca morre”.

Ele disse: “quanto vai custar?”. Lembro-me de respirar fundo, de olhar para o Robbie e dizer “penso que vai custar 1.15 mil milhões de dólares”. Ele respondeu “faz isso”. Sem hesitações.

Foram tempos difíceis para Moore e sua equipa na Xbox, mas Moore acredita piamente que a decisão de Steve Ballmer de avançar com o dinheiro salvou a marca Xbox.

Foi essa decisão que Steve Ballmer tomou que eu nunca esquecerei. Ele nem precisou de pensar duas vezes em gastar 1.15 mil milhões de dólares para proteger uma marca que hoje em dia é capaz de valer três ou quatro vezes mais. A Xbox One nunca teria existido.

O podcast do IGN, que também conta com a participação de Phil Spencer, atual chefe da Xbox, e de Seamus Blackley, um dos criadores da Xbox original, é interessante e vale bem a pena uma vista de olhos.

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