Análises

Bodycount

Em Fevereiro de 2004, foi lançado BLACK. Desenvolvido pela Criterion Games, BLACK usava o motor de jogo dos Burnout e como tal, tinha uma base bastante sólida para ser algo bom…..o que veio a concretizar-se. Infelizmente, BLACK fazia parte de uma trilogia que acabou por ser cancelada. Bodycount, desenvolvido pela Codemasters com a ajuda de parte da equipa de produção de BLACK, é o seu sucessor espiritual. Como tal, tinha expectativas de que iria ser uma boa surpresa e que talvez fosse algo semelhante a um BLACK 2……mas como estava enganado.

“But first things first”. Em Bodycount somos um agente da “The Network”, uma entidade anti-terrorista que é usada por governos para acabar com alguns conflitos e desmantelar possíveis ameaças. Ora, a premissa, até nem é má mas a forma como a decidiram usar só a prejudica. Basicamente, somos transportados de localização em localização com uma arma na mão e o objectivo é matar tudo o que mexa. Pelo caminho vamos tendo alguns objectivos secundários, mas na verdade não passam de checkpoints disfarçados. Resumindo, o enredo é fraco e não serve para nos motivar a continuar a jogar.

Bodycount, celebra o caos e a destruição e para isso, contribui o facto de quase tudo no cenário ser passível de ser esburacado ou destruído. Como tal, a protecção das balas inimigas pode rapidamente desaparecer. Obviamente, o oposto também acontece inclusive no modo Multiplayer. Os cenários têm um design atraente e são suficientemente grandes para dar alguma liberdade. O nível de destruição e caos é bastante satisfatório e é sem dúvida algo de destaque. Os gráficos e motor de jogo deveriam de ter tido mais algum polimento para melhorar ainda mais esta feature. Embora tenha algumas quebras de fluidez e algumas texturas duvidosas, o motor aguenta razoavelmente bem tanta acção ao mesmo tempo. Quanto ao som, os efeitos das explosões e das armas estão bons e encaixam muito bem no caos presente no jogo. Por outro lado, o voice acting é simplesmente mau.

O que também não é satisfatório, é a jogabilidade. Normalmente, nos FPS para as consolas, os produtores usam sistemas que dão precisão e fluidez à mira para que apontar usando um comando, seja semelhante ao usar um rato. Contudo, isto é coisa que não existe em Bodycount. É um regresso ao passado, a uma altura onde os FPS eram para serem jogados em PC’s e não em consolas…. ou assim era o preconceito. A mira é rígida e de difícil habituação. Pior que isto, só o facto de não termos a possibilidade de fazer zoom e andar ao mesmo tempo, coisa normal nos FPS e TPS. Isto acontece porque o botão de zoom também tem a função “lean & peak”. Sempre que se carrega no LT/L2, a nossa personagem inclina-se para os lados. Isto não é nada bom quando se está a levar tiros e os nossos alvos estão muito longe.

Bodycount tem alguns elementos retirados de Bulletstorm, nomeadamente os Skillshots, embora um pouco mais básicos. Sempre que damos um headshot ou matamos vários inimigos com uma granada, o multiplier vai aumentado e como resultado, recebemos uma melhor pontuação no final da missão. Este sistema promove uma forma mais cautelosa de jogar, o que é bom, mas ao mesmo tempo, o ritmo de jogo promove uma forma de jogar bastante agressiva, fazendo diminuir a pontuação. Como joguei da forma para que o jogo foi pensado, fui punido, tendo tido uma pontuação baixa. No mínimo, contraditório.

Para além do Singleplayer, Bodycount tem um modo Multiplayer mas também ele bastante básico. Em Multiplayer competitivo, só estão disponíveis os modos Deathmatch e Team Deathmatch até 12 jogadores e com apenas quatro mapas. O Multiplayer cooperativo para dois jogadores, apenas funciona como um Survival/Horde Mode ao estilo de Uncharted ou Gears of War.

Contrariando as declarações de Andrew Wilson, os problemas de produção persistiram e foram mais graves do que o sugerido. Bodycount apresenta algumas boas ideias mas no fim, é claramente um produto inacabado e no qual saltou algumas etapas de produção, seja por falta de orçamento ou por abandono de alguns elementos importantes da equipa.

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