Análises

NES Remix 2

Voltar a calçar as velhas luvas

Pensas que dominas os clássicos da NES? Navegas por Zebes de olhos fechados, deixas o Mike Tyson no chão sem esforço e derrotas o Dark Link nas calmas? Então o NES Remix 2 pode ser para ti.

Como o nome indica, NES Remix 2 pega nalguns jogos da velhinha NES e altera-os para pequenos desafios onde temos que obedecer a certas condições para ganhar, uma espécie de mistura de Wario Ware com jogos NES.
Os jogos são o Super Mario Bros.: The Lost Levels, Super Mario Bros. 2, Super Mario Bros.3, Metroid, Zelda II: The Adventure of Link, Dr Mario, Kirby’s Adventure, Wario’s Woods, Punch-Out!!, Kid Icarus, Ice Hockey e NES Open Tournament Golf; uma escolha algo repetitiva com três Super Mario e com o Dr Mario e Wario’s Woods, mas todos clássicos da velhinha NES.

Podemos ter que apanhar 50 moedas em alguns segundos, derrotar um inimigo específico ou cumprir qualquer objectivo específico num curto espaço de tempo.
O jogo usa os primeiros desafios como tutoriais, ensinando aos jogadores de maneira rápida e inteligente as bases dos respectivos jogos e cedo surgem níveis mais difíceis onde é preciso dominar os controlos e conhecer as manhas dos clássicos para chegar ao fim.

Uma lupa na rotina

Estes mini-jogos com metas tão pormenorizadas acabam por servir como pequenos cortes dos jogos originais onde as acções como andar ou apanhar uma moeda, micro-decisões mundanas face ao verdadeiro objectivo do jogo, tornam-se a missão, recriando os jogos dentro dos jogos que muitos criam, como apanhar todas as moedas, derrotar todos os inimigos ou ser o mais rápido possível.

Somos levados numa viagem onde podemos experienciar de forma diferente, mas familiar, alguns dos pontos-chave dos diversos jogos, uma espécie de Greatest Hits. Por exemplo, no Zelda II o primeiro desafio coloca-nos junto à Princesa Zelda adormecida, tal como no original e pelos restantes níveis vamos derrotando vários inimigos e navegando por masmorras até chegarmos ao Dark Link.

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Vira, DJ!

Depois de conhecer cada jogo através de desafios relativamente fiéis ao original, os desafios Bónus e Remix tratam de puxar pela imaginação e misturar as coisas. Nunca se sabe o que poderá acontecer no próximo Remix; a câmera pode fazer zoom-out revelando gradualmente mais e mais cópias do nosso ecrã, como se estivéssemos a jogar numa montra de uma loja de electrónica com dezenas de pequenas TVs ligadas a uma NES. Também podemos ter que derrotar um Hammer Bro vindo do Super Mario Bros 3 com o Link do Zelda II, apanhar moedas com a Samus ou jogar com três Marios ao mesmo tempo, entre muitas outras ideias.

O jogo conserva intencionalmente o look e som dos originais, assim como muitos dos defeitos e glitches gráficos, preseervando também as quebras de frame-rate, algo que traz algum sentido de autenticidade, mas que é uma decisão altamente questionável.
Nos Remixes já são tomadas mais liberdades, algumas servem uma função como tornar tudo em silhuetas, outras alteram apenas pormenores estéticos.
Ouvir algumas das brilhantes faixas que marcaram muitas juventudes traz sempre um sorriso à cara, algo de esperar num título que é basicamente uma bomba de nostalgia.

O verdadeiro interesse do jogo está em alcançar pontuações altas, completar os níveis rapidamente pode dar-nos um máximo de uma a três estrelas, um tempo excepcional dá-nos três estrelas com arco-irís. Para quem não se importa com a pontuação, ao esgotar o número de tentativas podemos recomeçar do subnível onde perdemos, ficando apenas com uma estrela ao passar.
Ao lado da selecção dos níveis podemos percorrer comentários Miiverse que incluem automaticamente o melhor tempo desse utilizador, assim como o seu replay. Ao carregar no replay, este começa imediatamente e podemos também ver os botões que o jogador premiu, óptimo para estudar jogadas. O nosso replay também está sempre acessível ao lado dos níveis para acesso instantâneo e sem que tenhamos que fazer nada. Um óptimo sistema que apenas peca por não adoptar também uma leaderboard tradicional e mais abrangente.

Além das estrelas que vão desbloqueando níveis, também ganhamos pontos (bits) que desbloqueiam selos, ou seja, pequenos sprites que podemos usar no Miiverse como desenhos para alterar a nosso bel-prazer. É uma colecção de sprites bastante engraçada que chama a usá-los e apanhá-los todos.

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Buzina no green

O jogo não tem multi-jogador propriamente dito, mas permite e encoraja que jogadores joguem à vez, e para isso podem usar qualquer comando para evitar ter que passar um comando de mão para mão. É o tipo de jogo onde se podem perder horas no típico “troca-se quando se perde” ou “um nível de cada vez”, mas também pode dar origem algum caos ou hooliganismo onde todos estão a controlar ao mesmo tempo.

Talvez para compensar o facto de ter menos desafios que o primeiro NES Remix (204 vs 159), o jogo inclui também Super Luigi Bros, onde jogamos o Super Mario Bros da direita para a esquerda e com o Luigi, que traz o seu salto alto e baixa aderência.
Para quem tem o primeiro NES Remix, abre-se o Championship Mode, uma homenagem ao Nintendo World Championship, uma competição que decorreu em 1990 nos Estados Unidos onde se tinha 6 minutos e 21 segundos para obter a maior pontuação num cartucho que misturava Super Mario Bros, Rad Racer e Tetris: na prática, foi o antecessor do NES Remix. Neste modo temos 6 minutos e 21 segundos e para apanhar 50 moedas no Super Mario Bros, 25 no Super Mario Bros 3 e fazer a maior pontuação possível no Dr Mario até o tempo acabar. Uma homenagem engraçada.

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O bom tipo de nostalgia ™

NES Remix 2 é um jogo extremamente divertido que dá para horas e horas de vício, óptimo para fãs e também como forma de introduzir estes clássicos a novos jogadores. Com um sistema de replays óptimo e boa integração do Miiverse, fica a pedir uma leaderboard tradicional, mas não deixa de ser incrivelmente viciante tentar obter a pontuação mais alta.

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