Football Manager 2017
Versão testada: PC
Quando falamos em simuladores de treinador de futebol, temos que retroceder um pouco no tempo para nos lembrarmos de grandes títulos como o Elifoot, Championship Manager (CM) e Football Manager. Após uma época dourada para todos estes grandes títulos, há um deles que tem vingado neste mundo de simuladores. Trata-se do Football Manager e é dele que iremos falar.
Com a sua estreia em 2004 com Football Manager 2005, deu-se início a um ciclo de vitórias para a Sports Interactive, contando já com 13 anos de lançamentos de FM em plataformas que vão desde PC, Linux e MAC, a dispositivos móveis como a PSP e equipamentos IOS.
Este tipo de jogo, simulador de treinador de futebol, é de difícil análise, e para mim foi um grade desafio, que após longos anos sem tocar num título semelhante, decidi testar novamente o ícone que me terá ocupado valentes horas no PC. E não podia deixar de estar surpreso com as alterações que existiram ao longo destes anos.
Foi com a UI que tive talvez o maior choque em todo o jogo. A minha memória ainda estava habituada à UI mais “oldschool” e não poderia deixar de notar que o jogo antes tinha mais cor que a opção minimalista actual, destacando melhor as opções disponíveis. Esta alteração é no entanto mais clean, trazendo consigo um toque de modernidade à UI do jogo. Não gosto nem desgosto, tanto que considero que é apenas uma questão de habito e adaptação para quem não joga à muito tempo. Quem irá começar a jogar, creio que não deverá ter problemas com a UI pois é bastante intuitiva.
Além do comum feed de notícias, a introdução das redes sociais também veio trazer alguma frontalidade e inovação ao FM17. À semelhança do Twitter, dispomos de informação sobre opiniões dos adeptos e sócios, novidades sobre jogadores e clubes, informações sobre transferências… enfim, uma panóplia de variantes que podemos acompanhar.
A nível táctico existe agora algo que considero bastante interessante, nomeadamente as opiniões da equipa técnica. Funcionando como conselheiro, auxiliam o jogador (nós) a tomar certas decisões. Uma boa aposta para ajudar os recentes curiosos pelo mundo de FM e também uma ajuda para os veteranos, limando algumas arestas de falhas que poderão ter.
Como era um titulo que abracei após grande jejum, li alguns artigos sobre as versões anteriores, identificando alguns pontos positivos em relação à evolução do jogo, mas também alguns pontos negativos. Algo que achei curioso, está relacionado com a táctica durante jogo. Tal como nas versões anteriores, nomeadamente na versão 2016, os cruzamentos aparentam ser demasiado eficazes, provocando grandes desequilíbrios não só na grande área inimiga, mas também na nossa. Nestas situações, o guarda-redes parece não saber o que fazer, tornando por vezes os jogos em verdadeiros festivais de golos.
Relativamente aos treinos, considero-os propícios a deixar ao encargo do adjunto e respectiva equipa técnica. Os treinos manuais aparentam não surtir o mesmo efeito que os “automáticos”, cimentados conforme mencionei, com a ajuda das opiniões e informações relevantes disponíveis via feed e redes sociais. Recebemos assim bastantes dicas e conselhos da equipa técnica de como treinar um jogador em especifico. Desta forma, proporcionar um melhor treino é tão fácil como alterar uma combo box para avançar com o mesmo.
Quanto às contratações é um pouco semelhante às versões anteriores, com um ponto interessante. As questões que os jogadores nos colocam quando aceitamos ou negamos propostas de outros clubes, trazendo-nos uma maior sensação de realidade.
O funcionamento dos olheiros também me transmitiu uma sensação de maior segurança face aos títulos antigos que joguei, proporcionando aparentemente uma informação mais detalhada sobre o jogador, indicando também se o mesmo se encaixará na equipa ou não. Informação útil para quem não tenciona arriscar tanto.
Por fim, é notório que algumas das grandes apostas da Sports Interactive têm como objectivo a melhoria de experiência, apostando forte numa componente de trazer o máximo de informação ao jogador, nomeadamente com a implementação das redes sociais, bem como uma valente aposta no grafismo, como o motor 3D.
Relativamente à informação, a quantidade que temos disponível ajudará sem dúvida os recentes jogadores e também creio que dará uma certa amortização aos erros dos veteranos.
Quanto ao 3D, temos desde a criação do nosso personagem treinador, à vista de jogo em 3D, onde é possível ver o jogo ao estilo de um FIFA em piloto automático, com gráficos inferiores. É certo que será algo que os fans gostariam de ver aprofundado, proporcionando mais realismo e uma melhor experiência. Ideal para grandes lances, jogadas de golo, penaltis e livres, o 3D veio sem dúvida dar outra alma ao jogo. Porém, sendo eu um retornado à serie, não poderia deixar de preferir a vista aérea dos pontos dos jogadores, à recente aposta 3D.
Football Manager 2017 mantém-se fiel às origens que o tornaram num campeão, limando as arestas que há para limar e implementando sistemas inovadores e modernos à saga. Mantém-se no pódio sendo um jogo forte, abraçando os veteranos bem como os recém chegados. Não peca por ser demasiado difícil, mas também não peca por ser demasiado fácil. Com a existência de ajudas q.b, proporciona assim uma melhor e mais realista experiência.
Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.